O Sol.

É como ver as sombras que se projetam nas paredes.

A cada movimento da janela, uma nova forma surge; num piscar de olhos, cria-se... Sensações são criadas, pessoas são moldadas, mundos de imaginação se desenham. Onde encontro paredes maiores? O pincel e a tinta destes mundos é o próprio mundo, o próprio universo. Casas e mais casas, prédios e mais prédios, árvores, lagos, montanhas, todos têm a sua vida como um mundo, que ao mesmo tempo se desenha e se constrói. O que vemos, é criação, é vida. Pelos feixes de luz que o Sol fornece, concede-se o brilho necessário para que os desenhos nasçam, no entanto, aos poucos se tornam fracos, até o cair da noite, onde restam apenas lembranças de uma brincadeira que se repete há muito tempo... Como a cada dia renascem, buscam sempre e sempre serem os mesmos, nem sempre é possível, pois ora a janela está aberta, ora algo ou alguém se coloca na frente desta. Assim, formas e mais formas vão aparecendo, se adaptando ao que encontram, porém, independente das dificuldades existentes, nunca param de se desenhar... Com todo mundo pode ser desta forma. Ao Sol, cada um é aquilo que deseja ser, amoldando-se ao que encontra na vida, brincando de se fazer sombras e torna-las vivas, entendendo que a janela pode estar fechada ou aberta, para então buscar sempre novas formas e desenhos de si. Vivemos e convivemos com essas sombras, que apesar de serem enegrecidas ou cinzentas admiram a cor de tudo ao seu redor, buscando sempre ser tão belas quanto o que vêem. As paredes em que se assentam, as janelas das quais dependem, são a Vida que vivem... E o Sol, Aquele que vêm sempre a nos criar, amoldar e nos tornar tão belos quanto tudo que nos cerca é Deus; vivemos, pois, um pouco de tudo, como se nada que fizéssemos fosse irreal ou simplesmente incorpóreo. Incorporamos o sentido de que vivemos para nós em prol daquilo que consideramos belo ou sagrado, que enfim amamos, mas ao cair da noite, entendemos que nossa beleza apenas reluz quando o mundo ao nosso redor brilha, buscando assim, sempre renascermos no dia que está por vir.

Toleris Sato
Enviado por Toleris Sato em 17/03/2007
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