DISCURSO DE COORDENADORA DE CURSO DO CURSO DE PEDAGOGIA _ TURMAS 2013/01

Cumprimento o nosso Diretor, Roberson Fonte, o Coordenador Acadêmico, João Adoris Pandolfi, os meus colegas coordenadores de cursos, os professores de modo geral, em particular os meus colegas do Colegiado do Curso de Pedagogia, todas as autoridades presentes e, também, todos os funcionários administrativos da Faculdade Pitágoras de Linhares, na pessoa da Secretária Acadêmica, Lazarela Guasti de Moura.

Em especial, eu saúdo os pais e mães, esposos e esposas, filhos e filhas, noivos, namorados e namoradas, familiares e amigos dos nossos formandos, parabenizando-os, e enviando-lhes afetuosos abraços.

Queridos Alunos,

Durante esses três anos e meio, além de Coordenadora do Curso de Pedagogia, eu fui professora de vocês em três disciplinas. Nesse tempo, em algum dia, eu devo ter lhes dito que, ao nascermos, Deus não nos permite escolher nossas fisionomias, nossas famílias e nem os nossos status sociais, mas dota-nos de inteligência para desenvolvermos habilidades e competências, que podem modificar, completa e positivamente, as nossas vidas.

Guiados ou não por essa inspiração, vocês optaram por alavancar suas vidas, escolhendo estudar e se formar em um curso fundamental para a humanidade: Pedagogia.

Considero-o um dos mais nobres cursos, porque desenvolve habilidades e competências em quem terá a nobre missão, não apenas de educar adultos, mas também, de plantar em crianças inocentes, as bases das pessoas que nos sucederão. Em outras palavras: se os nossos sucessores forem mais humanos e competentes, nós teremos sido eficientes; em caso contrário continuarão lotados as clínicas de dependentes químicos, os presídios e os cemitérios, ou seja, os lugares onde param mais facilmente aqueles a quem a educação não conseguiu dar conta.

Diante de tamanha responsabilidade, na condição de formadores de licenciados em Pedagogia, é nosso dever envidar todos os esforços para entregarmos à sociedade profissionais que saibam, não apenas, ensinar sobre fatos, conceitos e procedimentos, mas também sobre valores como respeito, responsabilidade, honestidade, decência, compromisso, verdade, solidariedade e amor.

Então, queridos alunos, vejam como é importantíssimo o curso que vocês estão prestes a concluir. Eis por que não é possível concordar com aqueles que pensam que este é um curso menor e que possa ser feito por qualquer um. Não é verdade! Aqui na Pitágoras, vocês não estiveram em mãos de irresponsáveis e nem foram guiados por gente que não enxergava o que os aguarda lá fora.

Daqui a pouco, quando cada um de vocês receberá o sonhado canudo; começarão os novos desafios, ditados pela realidade, e eu posso lhes falar sobre o que os espera fora dos muros da Faculdade. Para uma real compreensão, proponho uma última questão de prova. Como vocês perceberão, ela está no nível taxionômico de Aplicação. Vamos lá:

Considerando que essa Faculdade nasceu em 1985, juntamente com o curso de Pedagogia, e que esse curso recebeu autorização do MEC para receber, a cada ano 200 alunos, faça o que se pede:

a) Informe qual é a idade desse curso;

b) Informe quantos alunos esse curso já formou.

Acertou quem chegou à conclusão de que o curso tem 28 anos de idade e que já formou 5.600 pedagogos. Eu disse 5.600 pedagogos formados dentro do perímetro desta instituição! Muita gente? Então, a esses números acresçam os que são formados pelas nossas concorrentes!

Sabemos que não para de nascer criança, temos consciência de que pedagogos também se aposentam, outros “vão para o andar de cima”.... Sim, pelo trabalho que desenvolvem pedagogos nunca vão para o “andar de baixo”.... Mas, afinal, para quais deles nunca faltarão empregos? A quem o mercado de trabalho buscará eternamente? Quais são as alternativas de trabalho para os profissionais que dominam os conhecimentos do Curso de Pedagogia?

Para responder a essas perguntas, entre 10 e 14 de julho de 2013, nós idealizamos e realizamos o IV Ciclo de Estudos do nosso Curso, sob o tema: “O pedagogo e seus campos de atuação”. Como muitos de vocês optaram por não receber essas informações, eu peço licença aos alunos da turma A, com quem já refleti sobre o tema, para contar aos demais sobre o que aconteceu na noite de 13 de junho de 2013.

Exatamente neste palco, tivemos a honra de ouvir a fala de um profissional formado na segunda turma desse curso: o Diretor do Colégio Cristo Rei, Salatiel dos Santos Ribeiro. Em sua emocionante fala, ele projetou diversas fotos desse terreno e disse que assim como as sementes que viram árvores, dão sombras e, quando adultas, dão novas sementes e formam florestas; assim são os educadores: cada um de nós tem o potencial de transformar pessoas, que precisam de ser boas e competentes para poderem formar outras pessoas assim.

Então, em dado momento, ele nos disse que a educação precisa de jequitibás. Em língua tupi, esse nome significa "gigante da floresta". Na floresta, uma árvore adulta desta espécie pode ser vista bem acima das demais, assim como aquela que vemos na estrada quando vamos a Sooretama, assim como essa que temos aqui, colada a esse prédio.

Nós concordamos completamente com o professor Salatiel: metaforicamente, a educação precisa de pessoas que estejam dispostas a se destacarem como os jequitibás, mas para nos assemelharmos à pujança dessas árvores, precisamos de ter CORAGEM.

Coragem para não cedermos à preguiça, coragem para planejarmos, coragem para não prejudicarmos as crianças, ensinando-lhes errado, coragem para enxergarmos as nossas limitações, coragem para buscarmos, autonomamente, melhorar as nossas próprias bases e repor os nossos “tijolos”, coragem para não nos acomodarmos, coragem para não nos amputarmos e nos tornarmos bonsais.

Bonsais, queridos, são miniárvores, muito bonitinhas, mas inúteis do ponto de vida da reprodução, pois não se multiplicam, já que não existem sozinhas, dependem de que homens especialistas cortem as suas raízes. Metaforicamente, os bonsais da educação perderam suas bases para as colas, para as faltas excessivas, para as farsas, para as irresponsabilidades, para os descompromissos... Contra esses lutaremos sempre, porque nossa missão é receber sementes, adubar, germinar, dar seiva e fortalecer as raízes dos jequitibás.

Das 200 sementes que nós recebemos em 2010, nesta noite, nós estamos entregando à sociedade 99 “mudas quase adultas” de jequitibás. Algumas outras nós entregaremos no final deste ano, outras preferiam rolar pelas pedras e talvez jamais germinem.

Parabenizo cada um de vocês que chegaram até aqui, lembrando-lhes sobre a importância de não podarem as suas raízes, de não se tornarem bonsais, de continuarem suas formações. Por isso, recomendo que cursem pós-graduações sérias, que encarem o mestrado, que avancem para o doutorado, que ostentem com orgulho os seus diplomas, sendo fiéis ao DNA dos verdadeiros jequitibás.

Por fim, eu ratifico a minha honra de ter sido professora e coordenadora do Curso de vocês e me despeço lhes pedindo cinco coisas:

1º) que ao se dirigirem às salas de aula, vocês invoquem a Deus, pedindo-Lhe alegria e entusiasmo, pois esses são os dois ingredientes que fazem brilhar os olhinhos das crianças e nelas despertam o desejo de aprender;

2º) que vocês não se esqueçam de que os seus alunos prediletos devem os feios, os pobres e os “lentos”, porque os bonitos, os ricos e os inteligentes não são nada disso por causa de vocês;

3º) que as bases dos conhecimentos pedagógicos, que seus professores lhe conferiram, sejam solidificadas e ampliados todos os dias, porque esse é o caminho do sucesso, do destaque e do reconhecimento, que vocês merecem, mas devem se empenhar para conquistar;

4º) que vocês se orgulhem de ser pedagogos formados pela Faculdade Pitágoras de Linhares; e

5º) por fim, que vocês jamais se esqueçam de nós, porque nós, também, jamais nos esqueceremos de vocês.

NORMA ASTRÉA
Enviado por NORMA ASTRÉA em 26/07/2013
Reeditado em 14/02/2016
Código do texto: T4405120
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