A Rosa é Vermelha Sim!

      Apesar da Alegria de Veloso, pouca Alegria tomou conta de meu ser ao analisar o Festival de 67,felicidade plena nas subliminares do Domingo no Parque de Gil a desafiar um sistema que matava, deturpava e calava as massas, estado de êxtase este ao balbuciar debochado de Caetano caminhando sem lenço e sem documento sob os holofotes da censura nua e crua a rezar e implorar que não sorvessem integralmente o que aquele baiano franzino tinha a ensinar, Edu e Chico tentando se mostrarem inimigos da invasão americana no modo de se produzir e fazer a arte, como que se isso fosse o tema cerne a se enfrentar, os pré-tropicalistas estavam lá, porém, ambos não faziam parte do grupo destes, aliás, Edu com seu Ponteio famigerado e Chico com seu smoking covardemente engomado não tinham nada a acrescentar a uma sociedade massacrada pelas ordens dos invisíveis coronéis.
      Gil tomou coragem e foi cantar, e cantou por uma sociedade mais justa, menos manipulada e sem maldades disfarçadas de autoritarismos necessários, Chico deveria ter aprendido com ele e ter tirado a roupa de mocinho que apenas rodava em uma roda cuja vida era silenciada a cada alvorecer, como roda até hoje,a rosa é vermelha sim, o sorvete é vermelho e continuo a tecer letras nas quais acredito caminhando sem livros e sem fuzil, sem fome e sem telefone no coração do Brasil.
O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 10/10/2013
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