Boa noite!
 
Inicio minha apresentação da autora de A FLOR DA PELE agradecendo o convite e possibilidade de tecer, nesta noite, algumas considerações sobre a autora e seu primeiro livro, responsabilidade que não sei se darei conta. Dizer que Maria de Fátima Feitosa Oliveira é graduada em Pedagogia e especialista em Gestão do Ensino pela UERN, que está se Especializando em Psicopedagogia, com conhecimentos em psicanálise com base nos estudos de Freud no grupo Kairós, organizado pelo psicanalista Dr. Gabriel Alves e que há 22 anos se dedica a educação em nosso município, tendo atuado em escolas públicas e privadas como Coordenadora e/ou administradora é dizer muito pouco, ou quase nada sobre esta mulher dinâmica, ousada, alegre e de bem com a vida.

Fátima vive seus vários papéis de forma intensa, verdadeira. Nada nela é pequeno, comum.
Talvez encontremos muito mais dela em seu ser-poeta, em sua poesia.  A sua marca está presente nestas páginas, fruto de uma escrita que capta a poesia que se enxerta em sua pele, transborda por seus poros e é levada de volta ao seu interior para ser reescrita, reelaborada e oferecida de volta ao leitor com uma nova forma e ressignificação.

A força poética existente em Fátima é capaz de perceber o lirismo em todos os lugares e situações. E é esta força que pulsa em seu interior que impulsiona sua paixão pela palavra que é vida, poesia, amor e sedução. Sedução que ela transforma em versos apaixonantes, poemas que expressam o que há de mais belo no amor, na troca de energia entre os corpos, nas faíscas lançadas pelos olhares que se desejam, nos braços que abraçam o corpo e alcançam o coração, no toque das mãos que acariciam a alma. 

Sua poesia é respingada de um erotismo que foge do obsceno e encanta pela leveza revestida de poesia: essa é, talvez, uma das características mais marcantes de sua obra, que se faz presente de modo especial em 
“A Vida Pulsa” ou em “O Erotismo do mundo”.  Num sobrevoo meio superficial pela epiderme da obra, percebemos que o livro reúne poesias de versos brancos, livres, comprometidos apenas com a beleza.

Ao mesmo tempo em que a autora não se preocupa com estilos, pois faz poesia “das coisas vividas”, dos mergulhos, desvendamento e invenção de significados, ela desenha uma estética própria, delineada pela suavidade de sua escrita que contorna a poesia de forma envolvente, apaixonante e melodiosa.


Se, como disse Ernesto Sábato, a literatura é uma forma de se explorar a condição humana; temos na poesia de Fátima um bom exemplo dessa exploração, exploração que se dá em doses suaves de erotismo e pequenas incursões no mundo das paixões, mas capazes de nos levar – sem a intermediação de qualquer tipo de alucinógeno – a ampliar, mesmo que por alguns momentos fugazes, a percepção de nossa própria sensualidade.

 É a linha tênue da sensualidade o fio que tece as poesias que compõem a obra. Quem aqui não enfrenta, nunca enfrentou ou nunca enfrentará os dilemas, as dúvidas e as inseguranças geradas pela consciência que temos da nossa própria sensualidade? Quem, entre nós, em algum instante de sua vida, não se deslocou até a margem de um dos seus infinitos abismos interior, para ouvir o canto de seus desejos e não ousou expressá-los por medo ou excesso de pudor? Quem de nós está isento disso? Quem de nós?

 Em a Flor da Pele Fátima, de forma suave e poética, nos faz vivenciar estes sentimentos sem culpa, medo ou vergonha. Em cada um de seus poemas, ela nos dá a possibilidade de perceber que é possível lidar com este tema, para tantos visto como um tabu, de maneira suave e sem cair na vulgaridade.

É como se ela nos estendesse suas mãos e fosse nos guiando, linha após linha, até o alcance do que antes nos parecia proibido e, ao chegarmos lá, nos convidasse a fechar os olhos por alguns instantes e a nos desconectarmos temporariamente dos rótulos impostos por nossa educação puritana, para, com isso, nos tornarmos capazes de ouvir os cânticos e gritos expressos pela sensualidade da natureza que nos rodeia. E pela natureza presente em nosso próprio interior, percebêssemos a sensualidade da vida sem preconceitos, sem abismos.


Neste momento suas poesias soam como mantras que nos lembram que a vida é fruto de um ato de amor e tudo que nos cerca é vida pulsante, amor que se faz presente aos olhos mais atentos e sensíveis. Neste sentido Fátima nos presenteia com um belo livro onde seu universo e alma poética, cheios de sensualidade se desvelam e se oferecem em poesia aos amantes de uma boa leitura. Fátima é assim, autêntica. Ousada. Corajosa. Audaciosa e, acima de tudo, uma escritora sensível que colocou em palavras aquilo que nós trazemos na alma e não conseguimos traduzir.

Tenho consciência que há mais, muito mais para ser dito, mas passaria horas intermináveis aqui e não conseguiria dizer tudo que representa a poesia de Fátima. Poupo-os, pois, desta vã tentativa e deixo que cada um de vocês descubra a autora através de sua poesia. Muito obrigada. 
Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 10/11/2013
Código do texto: T4565244
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