Rumo à mediocridade

Embalagens. Somos objetos. Mercadorias rotuladas por pessoas intoxicadas. Mentalmente intoxicadas. Afetadas pelo flagelo da mediocridade. Querem que sejamos o dedo mindinho. O menor dos anões. Podam a nossa criatividade. Podam a nossa inteligência. Podam a nossa coragem. Não querem ver crescer sequóias; querem gramíneas, fáceis de controlar. Somos avaliados por gente inflexível; gente que só fala e nunca ouve. Exatidão que falha. Que não dá ouvidos aos “porquês”. Precisão que esculpe nas pessoas idéias minimalistas. Somos orações subordinadas. Sintaxe mal analisada de metas que não desejamos. Metas impostas. Julgadas em provas que não detectam o pedido de socorro de alguns, o relato do pranto que revela a vontade de ser “humano”, de ser construtor de sua própria história, de provar que é livre e pode. Pensar; falar; saber e progredir.

Somos rótulos, mas somos audazes. Dotados de uma ousadia capaz de transpor os desafios mais perigosos que possamos imaginar. Nascemos para voar mesmo sabendo que podemos cair. Devemos alar mesmo sabendo que podem nos atingir.

Jucarvalho
Enviado por Jucarvalho em 22/04/2007
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