As perguntas que não querem calar

Algumas perguntinhas sobre essas 12 sedes com obras faraônicas atrapalhando as cidades, custando os olhos da cara, onerando o contribuinte (tudo para passarmos 3 semanas nos exibindo feito uns idiotas, mostrando ao mundo nossa verve fútil, transbordando a arrogância de quem tem certeza de que não precisa se desenvolver): Até quando viveremos de futebol, pagode e bunda? Por que priorizar estádios numa país em que mães dão à luz em corredores imundos? Até quando negligenciaremos a educação e permitiremos que o tráfico de drogas se alastre feito um câncer incontido na nossa sociedade, adentrando nossos lares, ameaçando a vida de nossos entes mais queridos? Até quando acharemos mais bonito conquistar um campeonato de futebol do que eliminar a dengue, a poluição ou o analfabetismo? Não que eu seja filosoficamente contra a realização da copa no Brasil, até acho que deveríamos mesmo ser o país sede um dia, quando nossos rios forem limpos, nossos esgotos tratados, nossas mesas fartas, nosso transporte eficaz, nossos professores, policiais, enfermeiras, bombeiros, garis e pedreiros justamente remunerados! É por isso que vou torcer sinceramente pela primeira copa da Holanda. Eles merecem.