Visão sobre Relacionamentos

Se eu fizer uma conclusão de todas as minhas experiências com relacionamentos, é isso que eu tenho a dizer:

Um relacionamento parece ser uma troca de misérias. Como se de alguma forma a pretensão de se amar mutualmente se transformasse em uma batalha que ninguém quer perder. No fim das contas se resume a quem faz o outro sofrer mais. E quando chega ao término da relação em si, a batalha continua, mas dessa vez pra ver quem consegue fingir parecer melhor ao mesmo tempo que causa mais ciúmes no outro. Aquele prazer mórbido de ver seu ex-namorado bebendo e magro e feio depois de ter terminado contigo. Enquanto sempre tem um idiota pra acreditar que é tu que está sofrendo e que precisa de alguém do lado pra te confortar.

Pior ainda é aqueles que tentam não se odiar. Que tentam ser amigos, como se pudessem apagar toda a decepção que sofreram durante o relacionamento, mas ainda sofrendo e machucando um ao outro em segredo.

Não precisamos mais nos iludir com pensamentos de amor, lindos e divinos. Como se tudo no mundo se encaixasse no lugar quando se está com a pessoa ''amada''.

Ao invés disso, pense em todas as pessoas que precisaram sofrer e que ainda estão sofrendo pra que tu possa amar esse fulano ou essa fulana. Ex-namorados, amigos que te amam mas nunca tiveram coragem de te contar, amigos que sabem que irão te perder caso tu esteja em um relacionamento. A moeda de troca para um relacionamento é a agonia.

Então temos duas escolhas: ou abandonamos esse sistema circular de ódio, ou evoluímos e admitimos nossos relacionamentos como o que são, juntamente com o prazer sádico de saber que ao menos alguém está sofrendo para que tu estejas feliz agora, agarrado ao ''amor da sua vida'', fazendo planos para o futuro.

A ingratidão irá te alcançar cedo ou tarde. Não é fraqueza, nem idiotice. É a pura reflexão da condição humana, a coragem de tirar as lentes que filtram a realidade com unicórnios e arco-íris.

Há um motivo para não existir deuses entre nós.

(Dedicado à humanidade como um todo, que ainda insiste em me mostrar o quão decepcionantes as coisas podem ser)