Integridade e Integração (Amor) (mais uma)

Talvez uma das coisas mais difíceis de aprender na vida é a amar a si mesmo. E, amando a si mesmo, não permitir que desavenças ou circunstâncias modifiquem essa pessoa que você ama. Claro que isso exclui a normal e positiva evolução e mudanças que sofremos ao longo da vida. As modificações as quais me refiro são as induzidas, ou ainda pior, as modificações na integridade geradas pela raiva, ou pelo impulso, na maioria das vezes por ingenuidade.

É o caso, por exemplo, daquela pessoa, que ao ser provocada responde às provocações, ou a que ao ser traída, trai, por vingança. Nesses casos a maior vingança é o desprezo. Poucas coisas ferem tanto o ser humano quanto o mais profundo desprezo. Além disso, uma pessoa que trai e se arrepende, não pode ficar mais feliz ao ser traída, uma vez que assim ela estaria se livrando de toda culpa e remorso, o mesmo valendo para as brigas e provocações.

Outro exemplo que se aplica é aquele onde a pessoa, ao ser deixada, recorre a outros braços para suprir sua carência, ou, ainda pior, recorre a vários braços. Dessa forma, além de estar indo contra valores pessoais, a carência não vai diminuir, pelo contrário. Admitindo-se que a pessoa que foi deixada amasse seu antigo parceiro, procurar pelos carinhos dele em outras pessoas só aumentaria ainda mais a saudade, uma vez que, ao provar outras bocas, se daria conta de que sente falta da pessoa, e não das carícias. Não existe carência de carícias, existe carência de amor, de atenção. Pessoas que se entregam a muitas pessoas estão inconscientemente procurando coisas que estão faltando em si, e uma pessoa só pode amar verdadeiramente se for completa sozinha.

Amor só é verdadeiro quando não implica conveniências, quando não implica necessidade, dependência. Para o amor se desenvolver, mais do que precisar da pessoa amada, você precisa querê-la, sem razões, indefinidamente. Porque o amor nada mais é do que isso. A partir do momento que você é capaz de descrever o seu sentimento, os seus motivos você deixa de amar.