Sobre o não-amor

Não havia, de antes, nada que me fizesse ferver por dentro com cara de mau.

Era boca e braços abertos em sorriso fácil, por amor e verdade.

Aí, amanhece ontem... e desvenda-se o obtuso!

Inquietações vindas de quem diz amor.

De quem fala abertamente e condena prática oposta;

do outro lado estão as lágrimas caídas ao longo do anos, meses e dias de um temperamento urgente e sentimental.

- Como vêm falar em venera-me?

Venere-me ratificando suas teorias ou assuma suas falhas.

Não me peça pra entender soslaios;

não faz parte das minhas necessidades.

Agora, exatamente agora, num sentimento de não saber mais, após seis horas tranquilas no quarto ao lado, onde se esconde o sentido?

Há remissão na distância, então qual motivo pra não haver nos centímetros?

Este é um discurso de não querer.

O primeiro discurso, meu, sobre o não-amor.