Como perder a confiança no ser humano em cinco passos

Após completar 58 anos de vida, ter passado por altos e baixos como qualquer mortal, me deparei com uma situação devastadora: estar desempregada, com minha mãe em uma clínica de repouso devido ao estado avançado do Alzheimer, contas para pagar, uma aposentadoria mínima e sozinha (fiquei viúva há 3 anos).

Só não poderia me dizer solitária porque tenho três bichanos que me amam incondicionalmente.

Minha companhia, por meses a fio, foram os pensamentos tenebrosos e o desespero pelo total desencanto com o ser “humano”.

Desta forma, resolvi relatar os motivos que me levaram a perder a confiança nos meus irmãos...

1º Passo: Amigos, amigos, negócios à parte...

Quando você tem dinheiro, e isso é um dito popular antigo, você tem amigos. Esta é uma verdade à qual não fugimos, lhe garanto.

Diga, a quem você sustentou por 20 anos, que está sem dinheiro e verá o que acontece.

Diga, a quem você ajudou, que está desempregado, morrendo de medo do futuro e esta pessoa tentará abocanhar “algum” antes que você perca o pouco que construiu com anos de trabalho pesado.

Neste primeiro passo, você se sente apenas uma conta bancária...

2º Passo: Confiar, confiar, confiar...

Confie nas pessoas que te cercam. Dê-lhes atenção, carinho. Confie-lhes seus segredos, seus medos, sua vida.

Sempre que lhe pedirem, pague suas contas, seus remédios.

Em seu emprego, seja o líder ideal: ensine seu trabalho, lute pelos seus “subordinados”, pague-lhes cursos, deixe de dormir pelos problemas da empresa, trabalhe além de seu horário Afinal, a empresa te “paga”, seus colegas “precisam” de sua ajuda.

E aguarde... No momento em que você estiver “por baixo”, o bote será ainda mais preciso.

Você será substituído por quem você treinou. Não será remunerado pelas horas que dedicou. Ninguém lembrará o quanto você foi necessário nas piores horas.

Neste segundo passo, você se sente uma presa na boca de uma serpente...

3º Passo: Ajude sempre sem pedir nada em troca

Sempre que lhe pedirem, dê. Afinal, você tem que ser grato por estar em melhores condições. Mesmo que isso seja resultado de estar em pé, todos os dias, por anos, às 5h00 da manhã e trabalhar um dia inteiro sem parar.

Não pense em retribuição. Para você, o reconhecimento já é o bastante.

Não se preocupe em guardar os comprovantes de “doações” que faz a parentes. Ou para sua sogra. Ora, ela sabe muito bem de sua vida e jamais fará nada para te prejudicar, não é?

Vá pensando assim e em breve terá a notícia de um processo em que você é colocado como um déspota que manda uma “ajudinha” de vez em quando para o coitadinho que não trabalha há 20 anos (e agora está “velho”, coitado!!!).

Pois é. As pessoas não têm medo de mentir para obter dinheiro fácil. Talvez só você se sinta envergonhado por pedir alguma ajuda.

Aqui você se sentirá como um cachorro chutado pelo dono por estar velho, doente, ou porque come demais...

4º Passo: As pessoas são boas em sua essência

Acredite que todas as pessoas nascem boas e suas experiências é que as fazem exercer o mal. O homem não é fruto do meio?

Acredite que não há maldade quando uma pessoa muito próxima lhe pede para fazer ou deixar de fazer algo.

Acredite que não há segunda intenção quando esta mesma pessoa lhe pede um dinheiro extra pois está quase sem poder andar e precisa ir, a três quadras de onde mora, de taxi. Acredite e mande dinheiro, claro.

E ai você receberá, como recompensa, a pecha de manipulador, de maldoso, de intolerante. Para estas pessoas você é rico, afinal deu um jeito de enviar o dinheiro, de resolver a situação...

Neste momento você se sentirá uma barata!!!

5º Passo: Continue a acreditar nas pessoas

É... Continue a crer que uma ou duas (ou dez) pessoas possam não ser muito confiáveis, mas que sempre haverá exceções. E volte a crer em quem te rodeia.

Conte-lhes suas tristezas, suas lutas, seus medos (de novo??).

E veja a maneira como elas se comportam com você. Não haverá uma única a lhe dar apoio EFETIVO.

Agora sim você se sentirá um asno!!

LL11ago14

Liz Lambert
Enviado por Liz Lambert em 30/03/2015
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