DEMOCRACIA PROGRESSISTA

O domínio religioso e o poder político são conceitos diferentes. O primeiro pretende salvar o indivíduo de sua condição inferior de pecador. O segundo, por sua vez, promete resgatar a sociedade de sua condição inferior de hipossuficiência econômica. O sentimento de inferioridade espiritual é a fonte alimentadora da prosperidade patrimonial das igrejas, ao passo que o sentimento de inferioridade econômica é a base sustentadora da hegemonia ideológica dos partidos. O sentimento de inferioridade, quando social, enseja uma reação compensatória de superioridade, que se traduz em manifestações públicas de grupos sociais organizados sob a influência midiática, cujos organizadores, previamente articulados, pleiteiam objetivos inatingíveis no meio social, como o fim da corrupção política, a qual, em parte, é uma resultante das forças influentes no processo político que defendem o financiamento empresarial da campanha eleitoral, para depois cobrar dos candidatos eleitos a conta dos desembolsos financeiros efetuados em detrimento do interesse social.

O progressismo vai de encontro ao conservadorismo por entender que as mudanças estruturais são mais importantes do que manter as injustiças sociais que existem no país. A democracia progressista é o pensamento político que luta pela construção de uma sociedade livre, justa e solidária que promova a diversidade cultural, contemplando forças políticas que garantam a manutenção e a expansão dos direitos individuais, coletivos e sociais, que elevem o poder aquisitivo dos salários e o nível de empregos formais e que consolidem a função do Estado como agente fomentador do crescimento econômico, em oposição à austeridade do modelo econômico das instituições neoliberais do capitalismo globalizado. O democrata progressista não é um revolucionário, é um evolucionista, porque as reformas políticas e econômicas resultam das inovações ideológicas e tecnológicas de uma sociedade em constante processo de transformação.

O pensamento conservador atrasa o desenvolvimento socioeconômico do país. Por isso, deve ser encarado como um estorvo político. As tradições elitistas não podem constituir um fator limitante das ações sociais praticadas em prol do bem comum.

O povo brasileiro está escrevendo a história de uma Nova Democracia, que respeita a vontade da maioria expressa nas urnas, e defende os direitos das minorias vulneráveis às causas da marginalização.

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 20/08/2015
Reeditado em 24/08/2015
Código do texto: T5353336
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