Porque andar

Gosto de andar.

Andar cabisbaixo, não por estar triste,

Mas por pensar

O andar me traz pensamentos,

Por isso fico a bater pernas entre os prédios,

Olhando para os semblantes das pessoas.

Tristes, cansadas, eufóricas.

Sinto conhecer suas dores e suas alegrias

Parece que sei pelo que passam

E ao final, as conheço, sinto-me um amigo, um confidente

Gosto de fisionomias,

Gravo-as em minha memória,

E vou somando-as a tantas que já estão comigo

Não perco uma sequer, e um dia, se as encontrar novamente

Terei certeza que já às conheço

Estranho hábito de olhar pessoas

Pra que olharia eu então,

Se não para outros como eu?

Olharia para as ruas, ou prédios velhos?

Olho para as feições que passam,

E dizem o que querem, mesmo sem palavras ou olhares.

Antonio Gonzales
Enviado por Antonio Gonzales em 13/07/2007
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