Até logo

Você veio e sorrateiramente adentrou a minha vida. Fizemos amizade. Seguimos pelo tempo. Sorrimos, choramos, vivemos emoções. Pra dizer a verdade, no início você estava inseguro, mas minuto após minuto, firmava-se como adulto.

Confesso que embora vendo sua insegurança, minha fé fazia acreditar que a vitória era certa. No seu interior eu sentia o mundo fervilhar. No seu interior eu via o meu próprio corpo mergulhado a naufragar pouco a pouco, sem ter onde segurar.

Pois é... O tamanho do universo que limita o meu espaço, de tal forma que, às vezes, chego até parecer insignificante no movimento desse todo, compara-se à extensão do tempo, de infinito a infinito, do qual você é parte importante, visto que, se banida sua presença da história, o relógio chegaria ao limite do impossível.

Pois é... Bem mais que repetir palavras repetidas. Bem mais que jogar com alternâncias de vocábulos à procura de emoções. Bem mais que criar signos sugerindo sentimentalidade... É ter é ter a consciência de que você veio. E como veio, vai. Pode ser que nos minutos que ainda restam partamos juntos. Se isso não acontecer... Adeus Ano Velho.

Publicado na Gazeta de Limeira em 1987.

fiore carlos
Enviado por fiore carlos em 17/08/2007
Código do texto: T611152
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