SOLENIDADE DE ABERTURA DA EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA ‘SÃO GONÇALO: FRAGMENTOS DA HISTÓRIA’

CENTRO CULTURAL BANCO DO NORDESTE

"La vida no es La que uno vivió, sino la que uno recuerda, y cómo la recuerda para contarla.”

Gabriel Garcia Marquez

SÃO GONÇALO: FRAGMENTOS DA HISTÓRIA

Ilustríssimos(as) Convidados(as); Senhoras e Senhores presentes a esta solenidade de abertura da exposição fotográfica São Gonçalo – Fragmentos da História, Boa Noite!

Tive a imensa honra de ser um dos revisores, bem como escrever o Posfácio da obra São Gonçalo: Fragmentos da História do querido amigo, irmão e colega do IFPB – Campus Sousa Josemar Alves Soares. A obra é excepcional, a escrita é fluente e cativante, e desde o lançamento no dia 17 de dezembro configura-se como um grande sucesso e um imenso êxito.

O livro é magistralmente escrito, sendo fruto de uma incrível pesquisa de campo, de entrevistas com pessoas que viveram a época áurea do Acampamento de São Gonçalo, o surgimento da idéia da construção da barragem, a materialização da vontade, os estrangeiros, os trabalhadores, a vila cosmopolita, a vida social, o Instituto Agronômico... A conquista do espaço.

Época em que não existiam amigos virtuais, mas amizades reais; verdadeiras, em que as pessoas sentavam à calçada para conversar face a face, olho no olho e não através de Smartphones. Ajudavam-se umas às outras, se reuniam para o jogo de futebol nos domingos, para as festas religiosas e sociais da comunidade. Época em que as pessoas construíam com as próprias mãos o seu destino, numa convivência profícua, com um clima que anteriormente insistia em não entregar facilmente seus segredos, a saber, o temível e misterioso semiárido nordestino.

Fragmentos da História nos traz, portanto, uma época de luta e de vontade onde se construíam amizades reais, comprometimento com os destinos comuns, a força do nordestino que busca produzir seu sustento na terra onde habita, mesmo diante de todas as dificuldades. O autor entrevistou inúmeros personagens desta epopéia chamada São Gonçalo, e estes lhe contaram todos os seus segredos mais bem guardados; percorreu os caminhos de terra batida que levam aos recantos mais longínquos do seu torrão natal, visitou núcleos habitacionais, sítios... Enfim, pode ser considerado um desbravador dos tempos modernos.

Hoje, Josemar brinda novamente a ‘Cidade Sorriso’ com mais um excepcional evento; a exposição fotográfica homônima ao livro. Lévi-Strauss, o grande estruturalista francês, nos alerta para o conteúdo dos símbolos, para os sentimentos que os mesmos podem fazer surgir no ser humano. Assim como o alimento nutre o organismo, a arte nutre o espírito elevando o ser humano para além das estrelas.

Quando nos deparamos com uma imagem pictográfica, quando nos detemos diante de um quadro, quando revemos as paragens que nos embalavam os sonhos quando crianças somos que arrebatados para um mundo de magia e encantamento. Ora, conforme assevera Schopenhauer: ‘A arte exprime a mais alta filosofia que se pode compreender’; desse modo a arte aqui compartilhada promove o encantamento sublime que sintoniza o espírito humano com todo o mundo que o envolve.

Apesar da vontade de continuarmos essa brevíssima análise desta empolgante e cativante obra literária, bem como da exposição que agora se inicia neste espaço dedicado à cultura e às artes, não podemos falar muito para guardar todas as surpresas para o leitor que ainda não leu o livro, mas com certeza o fará apreciando cada página como se estivesse saboreando um prato preparado com muita dedicação e zelo.

Acompanhemos então a arte expressa nestas fotos que o autor com muito zelo selecionou para representar uma época de virtude em que todos estavam irmanados na vontade de construir um futuro brilhante, como efetivamente aconteceu. E acompanhando o conselho de Schopenhauer, possamos nos tornar também pessoas melhores ao contemplarmos na arte contida na iconografia à nossa frente o que há de melhor em nós próprios.

Parabéns Josemar, assim como o livro a exposição iconográfica São Gonçalo: Fragmentos da História já é, indubitavelmente, um dos grandes momentos da literatura e da arte brasileiras.

Muito Obrigado!

Fiquem com Deus!

Frank Wagner Alves de Carvalho