Vida no sertão

Numa casinha pobre do campo

Coberta de palha e cercada de barro

Uma mulher enrola sua esteira a qual lhe serviu de colchao

Com o mesmo pano que lhe cobriu durante a noite

passará o dia

Reaviva o fogo do tiçao

E pisa no pilão os últimos grãos de arroz que lhe resta

O sol já está quente

Da chuva ela tem apenas uma doce saudade

Os filhos choram na Barra de suas vertes

O ardo trabalho do marido não rende o suficiente para matar a fome da prole

Na panela apenas água barrenta da cacimba cavada no leito do rio

Que há tempo já não corre nada.

O solo reclama essa sequidao

O sertanejo resiste mais um ano de angústia

A esperança é o que lhe resta

De um dia ver tudo ser diferente

E nunca mais A fome fazer parte de sua vivência.

Luis silva
Enviado por Luis silva em 08/12/2018
Reeditado em 10/12/2018
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