Mais uma pra ser Santinha

Albertina Berkenbrock, assassinada em 1931 em Imaruí, no Sul de Santa Catarina, é a nova mártir catarinense a ser contemplada pelo decreto de beatificação concedido pelo Vaticano. A cerimônia está marcada para o dia 20 de outubro.O documento que reconhece o martírio, condição para que seja decretada a beatificação, foi assinado em dezembro de 2006, em processo que tem como postulador o frei italiano Paolo Lombardi. Ao contrário de Santa Paulina - filha de italianos que emigraram para Santa Catarina - que já foi canonizada, Albertina levará o título hierarquicamente inferior de Beata. Albertina é lembrada por virtudes como modéstia, obediência e devoção. Aos 12 anos, foi atacada por um trabalhador das redondezas de sua casa, Indalício Cipriano Martins, o Maneco Palhoça, que tentou violentá-la e a matou com uma facada. O agressor foi condenado a 30 anos de cadeia mas morreu em 1942. De acordo com os ritos processuais, o fato de Albertina ter resistido à violência sexual é decisivo para configurar o martírio e justificar a beatificação. Em documento para a organização católica Santos do Brasil, D. Hilário Moser, bispo da diocese de Tubarão, Santa Catarina, acentua que "é indiscutível a intenção pecaminosa do assassino: violar a pureza de Albertina, deflorar sua virgindade". Essa constatação, somada à confissão do autor do crime, criou entre os fiéis a convicção de que Albertina morreu mártir. "Ela não cede. Defende-se, agarra seu vestido e se cobre o mais que pode. Maneco, derrotado moralmente pela menina, vinga-se, agarra-a pelos cabelos, afunda o canivete no pescoço e a degola. Está morta Albertina! Seu corpo está manchado de sangue... Sua pureza e virgindade, porém, estão intactas". Albertina Berkenbrock está sepultada em um sarcófago de granito na Igreja São Luiz, em Imaruí. O local foi transformado em santuário. Atualmente práticas como a que aconteceu com Albertina são comuns, infelizmente. E em quantos casos do tipo você já ouviu falar nas últimas semanas, temos recentemente o menino João Hélio no Rio de Janeiro, e a menina cujo corpo foi deixado numa pia batismal em Joinville. Todos cruéis, mas e se a idéia de beatificação, de mártir se aplicar a todos os casos, a fé terminará, pois beatos, e postumamente santos serão uma coisa comum, quase que como um cargo, ou profissão, já que no Brasil, estas práticas são comuns. Quem estaria errado? A Igreja? Os conceitos como este? Nosso conceito com relação á divindade? E Há mesmo alguém errado? Será? Não podemos esquecer que socialmente algo de valor, é algo raro. Por isso acredite, à sua forma o mundo é perfeito, nós é que criamos os defeitos.

Douglas Tedesco
Enviado por Douglas Tedesco em 21/09/2007
Código do texto: T661963