O GRITO DA INDEPENDÊNCIA E O CLAMOR PELA DEMOCRACIA

Há exatos 199 anos, numa manhã amena do dia 8 de setembro de 1822, o povo português do Brasil despertou não menos dependente que antes do dia 7.

Um dia depois do Grito da "Independência", o país nada tinha mudado e não mudaria em curto prazo, pois o efeito do brado de Pedro de Alcântara, que viria ser o Imperador do Brasil, ainda dependia do aval de diversas autoridades para adquirir a soberania.

No dia 7, dia consagrado à PROCLAMAÇÃO, sequer houve alguma manifestação do povo ou das instituições. A reação ao "grito" foi quase em surdina, observado apenas pela comitiva e por alguns ocasionais circunstantes, nas então remotas margens do Ipiranga.

O dia 8 de setembro de 2021 possui um significado de relevância comparável à de 199 anos atrás. Naquela postulava-se a posição de uma nação como independente da condição de colônia, a libertação do jugo português.

Na presente ocasião, diferente daquela de quase dois séculos, a população superlota as ruas, de leste a oeste, de norte a sul, para exigir uma nova ordem. Faz isso não apenas para apoiar um governo legítimo, mas para requerer a liberdade democrática que foi posta sob os grilhões por instituições de alto escalão, ou os chamados Poderes que compõem a República.

Difícil é saber o que virá, como o foi há 199 anos.

Mas o relevante é que o povo foi às ruas manifestar o anseio por liberdade de expressão e de bem estar, independente de apoiar o governo atual. Ou, seja o recado foi do povo, não do governo.

Porém, fica uma incógnita: as instituições que se opõem ao sistema vão acatar o desejo do povo ou continuarão a ignorá-lo, seguindo com seus atos tirânicos?

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 08/09/2021
Reeditado em 12/09/2021
Código do texto: T7337620
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