Transcrição do Áudio Vazado (FERNANDO PADULA NOVAES)

Reunião Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

Local: Praça da República

Data: 29.11. 2015, 11h00

Reunião dos Dirigentes de ensino do estado de São Paulo com Fernando Padula Novaes, Chefe de Gabinete do Secretário Herman Jacobus Cornelis Voorwald

Padula inicia sua fala:

Bom dia a todos, desculpem tirar vocês num domingo, do descanso merecido, ainda mais nesse turbilhão, mas acho que o momento é necessário pra passar algumas informações.

Primeiro, o governador tem falado muito com o professor Herman esses dias todos com total apoio, convicção. Anteontem e ontem ele acabou falando, o professor Herman, falou comigo, agora hoje de manhã, por volta das 9h30, transmitindo apoio dele a vocês. Ele já estava sabendo da reunião de hoje às 11h. Não tá nem titubeando em relação a isso, à Reorganização, nem passa pela cabeça dele voltar, ele falou “olha vá lá e transmita a todos os dirigentes, toda a equipe, nosso apoio, nossa solidariedade, nosso respeito”. Tem que saber separar as coisas. O que ele eventualmente fala é aquilo que a gente já está falando, se tiver alguma coisa que “ah ali, tinha um noturno que estava causando um baita de um problema e tal” revê o noturno. Tem, igual, tem um, em alguns lugares, se tentou acabar com eh... em nome da educação e da qualidade, mas você tinha uma classe multisseriada de educação rural, não era o caso aqui mas, eh....é lógico que pedagogicamente é muito melhor você por cada um daqueles quinze a vinte alunos cada um que estão ali, cada um estudando na sua classe, no primeiro ano, no segundo, no terceiro, mas também, se vai causar tanta coisa assim, que fique lá na escola multisseriada, mas é na exceção, quer dizer, a regra é, continua a política pública, no geral. Eu tive com o Marco lá em Sorocaba olhando algumas escolas invadidas, na sexta, e uma coisa, como a gente mais ou menos como a gente já tem visto, os que são contra a Reorganização, é geral, é uma ação política, não é uma ação educacional, não visa falar, “olha realmente tem um problema aqui na minha escola”, tanto é, que na hora que você discute o assunto pontual, não conseguem ter argumento. Estamos no meio de uma guerra e nós temos que nos preparar pra continuar enfrentando. Eventualmente a gente perde algumas batalhas, mas temos que ganhar a guerra final. Pra isso a gente precisar parar um pouco e traçar algumas estratégias. Outras (inaudível) segurança veio visitando várias escolas, depois a noite foi ao palácio falar com o governador, é que acabou motivando algumas ligações ao professor Herman, eh... e uma das questões que o governador pediu é que a gente organize amanhã uma ida para as escolas no sentido de tentar voltar as aulas, retomar. Ele ainda falou assim, “aquela escola que está muito radicalizada, bobagem, você pode até passar por lá, tenta, mas não vai...” tem escolas... a gente viu vários tipos de escolas, tô balizando pelos tipos de Sorocaba, tem escola que tá bem instrumentalizada, com a UMES, UPES, UEE, tem professor lá dentro, não sei o que, tem escolas que tem três a quatro alunos, coitados, eles tremiam feito “vara verde”, só da gente tá lá, não tem “ah não? E isso aqui?” “Ah não tem autorização, tá com alguém, tal”. Você tem também realidades bem diferentes, mas eu acho que a tentativa da gente estar lá, com direção, professores, alguns pais e alunos, olha estamos aqui, dia normal, segunda feira, vamos começar as aulas. Na opinião do Secretário de Segurança e do Governador, isso pode dar certo em alguns lugares. A gente teria também, uma lista disso, que a gente fica aqui depois, vocês apontam também, passam para a secretaria de segurança, a fim de que eles deem retaguarda a quem vai estar lá, para que não haja nenhum confronto. Também não vamos tentar entrar à força, vamos tentar, estamos aqui vamos retomar, então é uma das questões. A outra é, precisa ver se vocês estão firmes mesmo continuando não, e a outra questão, acho que a gente precisa pensar independente disso, né, mas uma ação ao longo da semana no sentido de... começar a deixar do outro lado, a intransigência, acho que a gente teria que ter ali, um ou dois tipos de ofício, em que vocês entregam, assim “apresente as suas propostas, venha conversar” e intensificar isso que vocês já estão fazendo que é chamar pais, chamar a comunidade escolar na diretoria de ensino e explicar, ver se é possível em alguns lugares a gente conseguir reunir o conselho ou a APM, isso vai se concretizando. Tem uma outra questão que eu queria ver se vocês topam, não vai ser nada fácil, mas acho que do ponto de vista simbólico pode dar um bom resultado que era fazer uma audiência pública, seria aqui mesmo, vai ser complicado a gente sabe que eles vêm só para bater e tal, mas a gente pode trazer gente do outro lado para minimamente... para você ter as duas questões. A gente deixa pra discutir isso um pouquinho depois, mas a gente pode ver quais escolas podem vir, abre inscrição pelo site, cadastra. Tem uma série de mecanismos, que consegue fazer uma audiência pública, pelo menos quem é a favor terá direito à voz, e a gente poderá contra argumentar que em cada uma das interações, olha, você está apontando isso, olha mas essa escola aconteceu isso, vai pra cá, tarara, você consegue. Lógico não tô dizendo que será uma audiência pública tranquila, mas até pra isso, precisa de organismos né, a Defensoria Pública, o Ministério Público, olha a gente fez uma audiência pública, então, você vai cada vez mais. A outra é o seguinte, a gente deve ir consolidando a Reorganização, tá... que que eu vi lá em Sorocaba, quer dizer, na mudança agora, se as pessoas podiam pedir transferência, Sorocaba eu tô falando porque tá vivo aqui, porque eu tive lá sexta feira, mas pediram mudança por proximidade da escola 187, quer dizer, eu acho que a gente precisa juntar essas informações divulgar para um balanço e ir consolidando a Reorganização. Os alunos estão matriculados, o pedido da mudança já foi feito, contextualizar esse pedido de mudança percentualmente pra mostrar que ela não tá causando um drama tão profundo. E se algum lugar tiver causando, a gente pode rever caso a caso no pontual né, e não, rever a política pública, rever se tiver consistência obviamente, vocês conseguem ter esse termômetro da realidade de vocês. O governador (Geraldo Alckmin) disse pra pegar alguns casos emblemáticos, “aqui tem uma panela de pressão, você destampa aquilo, dá pra vocês conseguem...sem abrir mão da Reorganização, sem abrir mão da disponibilização de prédio, onde existe grande ociosidade. Se a gente conseguir fazer esse exercício hoje aqui ou caminhar nisso, pode ser interessante. O que eu imaginei é continuar muito com essas reuniões e documentar. Tirar fotos, ter ata, que aí, a gente coloca no nosso Portal o que eu chamei de “dialogômetro” vamos mostrar que o dialogômetro só aumenta e tamos indo nessa linha, e a radicalização tá do lado de lá. A polícia teve uma coisa positiva, eles conseguiram, nesta visita de ontem, em 3 escolas, eles conseguiram fotografar um carro dentro, puxaram os documentos do carro e o carro era da APEOESP, então agora já vai pra PGR e vamos entrar com ação, porque é isso, de um lado, é desqualificar o movimento. O movimento é político, é partidário, é pra desviar o foco, eu e a professora Raquel, estivemos com o Dom Odilo Scherer (arcebispo da Diocese de São Paulo), estamos apelando pra todo lado mundo, impressionante a leitura do cardeal. Ele disse, “mas isso é pra desviar o foco de Brasília” (burburinhos das pessoas de indignação), é pra criar”, lógico que a gente não pode sair por aí falando que o cardeal falou isso (alguém próximo de Padula diz “sim”), vocês vejam a autoridade máxima da igreja católica consegue entender que o que tem do lado de lá é uma ação política. Ele não está do lado de lá, ele não vive a educação e faz uma leitura muito clara do que é e do que está acontecendo e ele falou pra gente, “olha é pra manipular, isso tem estratégias, isso é estudado, é método, o que vocês tem que fazer é informar, informar, fazer a guerra da informação ao máximo possível, é assim que você vai desmobilizando esse pessoal e criando as agendas positivas”. Uma voz aguda interrompe Padula e diz: “no meio desse pedaço, nessa hora, ele disse ‘eu leio o que falo e vejo o que significa, mas não vejo resposta de vocês, vocês precisam responder, não tem que o vice secretario responder, acho que esse também foi um alerta importante, entendi isso mas ele quer a nossa resposta, então acho que hoje nós temos que montar uma coisa de comunicação aqui, um grupo de resposta, não deixar mais nada sem responder”. Padula em seguida tem a fala: “bom quero apresentar pra vocês aqui o Leandro que é da Juventude Ação Popular eh...um grupo de jovens estudantes universitários e alguns estudantes secundaristas, aonde tá, o Oni que é de Guarulhos que tem acompanhado bastante as escolas, vocês viram a última ação que foi a exigência da assembleia que, mas enfim, a gente também pode fazer uma ação com os jovens apoiando nas diversas regiões e depois a gente troca ai telefone, mas também tem um grupo de fora com jovens fazendo esta guerra aí da ação. Voltando à Reorganização, quer dizer, vou dizer a minha opinião, mas “e algumas?”, algumas você larga lá (...) pode ter escolas que fique lá. A minha opinião é o seguinte, deixa lá, no limite. O que vai acontecer? Aí, desmonto toda a Reorganização? Não, aquela escola estará reorganizada e não começa o ano, você inverte. O que eles querem o contrário, é fazer a confusão. O que eles querem? Parar aquela escola e contaminar outras cinco e vou acabando com a Reorganização. Acho que nós temos que ganhar no sentido contrário. Vamos consolidando a Reorganização, certo? E, no limite, eu posso ter casos pontuais onde eu não vou começar as aulas, mas eu começo as aulas com as escolas reorganizadas e não voltar atrás, porque a tática de guerrilha é essa, cê vai fazendo pra ir contornando, e a gente já começou a ouvir lá em Sorocaba isso... Se sair a Reorganização... Uma voz aguda faz uma pergunta: “Não seria interessante sair esse Decreto?” Padula responde: “Vai sair na terça-feira” (Muitos borburinhos começam. Alguém comenta “cabo, pronto”). A mesma mulher que fez a pergunta sobre o decreto continua: “porque a grande questão é que eles têm esperança (...) porque eles falam que não tem nada oficial que garanta isso”. Padula continua: “Deixa só socializar com vocês o que aconteceu com o decreto. O decreto estava pronto, na quinta feira nós fomos lá para o Palácio, eu cheguei depois, mas estava lá pronto para o Governador assinar. No final acharam que era complicado publicar o decreto tal qual como ele estava porque poderia parecer o seguinte, “agora vem o Governador e decreta toda a Reorganização”. No dia seguinte, nós fomos para a PGR eu e a professora Cleide, “Bom, mas nós precisamos, não dá pra abrir mão total, a gente consegue entender a questão pra fora, vocês estão falando em diálogo e aí vem decreto”, mas também precisamos do decreto porque precisamos transferir as pessoas de escola. Então saiu lá um decreto autorizando a Secretaria da Educação a usar a lei 180 a transferir as pessoas toda vez que você tiver mudança no atendimento de escola. Alguém pergunta: “Então vai sair os nomes das escolas?” Padula continua: “Sai a Resolução da Secretaria disciplinando tudo isso e já colocando. Aí a gente consegue ter o instrumento legal para fazer todas as medidas e ir consolidando a parte legal para fazer todas as medidas. Padula responde a pergunta sobre sair no decreto nome das escolas, “não, no decreto nunca ia por nome de escola (...) em nenhum momento estava previsto que a resolução poria nome de escola, não se via a necessidade de ter isso. O que você tem é, o Decreto iria falar da Reorganização e permitia essas duas coisas, que é mudar e garantir a questão da mudança da insalubridade, sem ter que ficar abrindo novo processo. Isto que era o que juridicamente precisa com o decreto. Estará no novo decreto. A Resolução que é aquela que a professora Cleide já mandou, já viram e tal, sairá igualzinha tá lá naquela resolução e a gente consegue, avançar nisso aí, e aí eu vendo essa situação em Sorocaba falei com o Olavo e o Olavo, a ideia é divulgar o balanço, no período que teve possibilidade de mudança, olha quantas pessoas pediram pra mudar. Isso percentualmente é um número muito pequeno então vamos contextualizando. Os alunos já estão matriculados na nova escola, então vamos daí, nas reuniões com pais já comunicar e eventualmente revendo onde você tem alguma pressão, não partidária, mas uma questão, eventualmente justa ou alguma coisa que pode estar causando. Temos que ter as duas coisas. A ação política nós vamos brigar até o fim e vamos ganhar e vamos desmoralizar e desqualificar o movimento. A ação que eventualmente tenha fundamento como “ah, o noturno estava indo pra muito longe, sei lá vocês que sabem (se referindo às dirigentes), não é pra sair revendo tudo, não, coisa óbvia... Aí tem uma coisinha que se eu destampar acaba a pressão porque é essa a pressão que eles usam (...) então vamos tirar deles, o argumento que eles tem, pegando o caso da Fátima lá da Cracolândia. Vejam se eu estou sendo fiel ou não, se não tiver, me corrijam. Tinha uma escola que passa pela Cracolândia. Aí a diretoria fez uma alternativa que ao invés deles virem pra cá, eles vão para uma outra escola que acomodaria, ninguém mais passa na Cracolândia e diga-se de passagem que tem melhores indicadores da escola do que a outra mas ok, então a gente agora divulga vocês serão matriculados na outra e depois eles voltam e falam “não, nós não queremos, nós queremos acabar com a Reorganização”, certo, é bem isso também, então o problema é passar pela Cracolândia. Então vocês estão indo pra outra escola e divulgam, nós estamos revendo, eles não vão vir pra essa escola e estão indo pra outra e vamos fazer essa contra argumentação. Acho que de maneira geral era isso, não sei se a professora Raquel quer complementar e daí a gente começa a se organizar. Raquel: “acho que é isso mesmo, a gente precisa se organizar, vocês precisam, saber se não sair os nomes das escolas, isso nos dá aquela confiança que vocês estavam esperando aí que parece que vocês estavam muito esperando a lista”. Padula: “agora se vocês quiserem que sai, a gente publica” (borburinhos) Uma voz aguda pergunta: “uma coisa muito forte Padula que eu tenho utilizado nas discussões quando vai um grupo de professores lá, que tem ganhado (...) então tem um grupo pequeno com um pai que se discute a questão da demanda da Reorganização que foi até o ponto que eu coloquei, quando a gente estava lá naquele debate que eu falei “Padula, não é o decreto que vai (inaudível) a Reorganização, é a demanda que manda na Reorganização, não é o contrário, porque o que tenho conversando com os professores é assim, “mas como os senhores vão garantir isso?” Falei, eu não garanto nada, nós não tivemos um grupo de escolas que era de ensino de anos iniciais, ciclo I na época, e que hoje são de ciclo II porque a demanda mudou, porque o perfil mudou, porque a prefeitura, ela deu conta dos anos iniciais ali e essa própria unidade escolar ela passou a atender anos finais e isso pode acontecer. No caminhar do decreto se me surge uma grande demanda numa escola porque a gente viu e constatou na Reorganização que a demanda do EM é menor que a demanda do EF, então, se por um acaso, a demanda do EF continuar aumentando e nós não tivermos espaço em outras regiões, automaticamente a gente vai ter que, ou o nono ano passar pra lá entendeu? Ao invés de passar o primeiro, passa o nono ano, isso é a demanda”. Outra voz, “porque isso daí acontece num prazo... das escolas que vai fechar” (inaudível). Padula: “todo ano você tem alguma mudança, se precisar, até sair uma resolução. Outra voz aguda diz: “e com isso, a gente ganha o professor, a gente falar”(inaudível). A mesma que falou sobre a demanda retoma a fala: “Outra questão, quando você fala de nós mandarmos, de oficializar a escola de uma discussão com Conselho, com grêmio, no sentido de solicitar. Padula tenta interferir dizendo: “deixa só separar”. A mesma pessoa diz: “só terminando, uma contra proposta dentro da Reorganização, não saindo do perfil da Reorganização, por exemplo, eu tenho três escolas que estão ocupadas, essas três escolas, a gente fala, olha tal dia... estou oficializando o que se passa na discussão que me tragam os pontos principais e tal dia posso receber uma comissão de doze pessoas onde tem 4 representatividade de cada um, 4 pais, 4 professores e 4 alunos, da unidade escolar, para que tenha aqui uma discussão que me traga uma contraproposta dentro da proposta dentro do decreto da Reorganização, só para as ocupadas, por que? Por que as demais nós estamos, em todos houve o trabalho de ir à escola dessas 15, 16, 20, houve trabalho lá, de conversar com o grêmio, de conversar com os pais com os professores e até mesmo deles próprios. Seria interessante fazer novamente com todos, ou só com as que estão ocupadas?” Padula responde: “eu tive lá em Guarulhos essa semana, algumas coisas, quando vão me perguntando aí você pega isso do Dom Odilo, é informação, quanto mais a gente informar e lá ficou claro, vou fazer um retrospecto, quando a gente estava nessa mesa fazendo a reunião da capital, a Solange falou uma frase: “Acho que alguns diretores falharam”, vozes, umas três reafirmam “Sim!”. Padula: “aí eu pude constatar isso ao vivo e a cores em Guarulhos, aí você tinha lá um grupo de jovens, de mães, aí o que elas disseram: “Ah, mas não foi isso que falaram na escola”, então, fora, tenha tido todo um trabalho de informação, de reunião, reunir, de informar, com planejamento e tal, de fato houve falha na comunicação. É até possível de imaginar, você tem diretor que não quer se comprometer, que é da oposição, então, eles aproveitaram os momentos para (borburinhos, inaudível) Padula continua: “mas essa é a realidade, dado isso como a gente lida, porque não adianta a gente ficar batendo na tecla, olha, mas o diálogo já houve se tem gente que está desinformada ou mal informada pelos nossos colegas de secretaria. Então eles aproveitam, os mais radicais tacaram fogo, aproveitaram o dia E ou antes pra dizer e falaram ‘olha seu filho vai estudar (inaudível) vai ter 90 alunos em sala de aula não sei o que’, e isso provoca, é preciso separar também, eles usam argumento, você vai no TJ eles não querem diálogo coisa nenhuma, o que eles são é radicais, eles pregam o diálogo, toda vez que alguém fala contra a questão, eles berram e não querem. A Lucia Lod estava lá. Eles não querem dialogar coisa nenhuma, mas a gente tem que, então, acho assim, escola que tá calma, o importante é informar, chamar grupo de pais e informar, quanto mais, você um grupo, dois grupos, eles vão depois, contar uns pros outros que é pra não dar oportunidade para o pânico se espalhar, que na desinformação eles criam a boataria e geram a mobilização. Essa é a estratégia, então não é agora de maneira alguma fazer uma grande reunião, não, pelo amor de Deus, isso foi feito, estudado, analisado, e tal, você pode ter, temos uma guerra, temos que pegar os instrumentos e também guerrear, qual nosso melhor instrumento? A informação certo? Eu vi lá em Guarulhos, as mães falaram “ah agora eu entendi, se tivessem me falado isso!” Eu falei de maneira geral, depois a Cida e Marinês entraram no pontual, “esta aqui está indo pra li”, estávamos falando com mães de vários lugares de Guarulhos. Quando vocês estão falando com uma escola ou duas, isso vai baixando a fervura e a insegurança. Essas mães certamente, vão falar para outras. Tem outra questão, nas invadidas, acho que nós temos que agir de duas maneiras, uma, que foi a sugestão da professora Cleide, pegar o cadastro liga para as mães que não estão envolvidos com a invasão e fazer a informação, informação, informação, certo? Em geral vai dar certo. Elas vão ouvir e quem for na conversa vai concordar, aí você vai ter um grupo que resiste. De duas maneiras, um que resiste que tem alguma reivindicação legítima, que é a coisa pontual, como por exemplo o caso da Cracolândia (borburinhos com falas inaudíveis). Continua: se fosse, mas deixou de ser. Aí tem um outro grupo gente, que esse grupo não vai querer o diálogo, mas nós temos que fazer uma ação de tal maneira que a gente vai pondo o radicalismo do lado deles, por isso que eu acho que aqui, a informação, a conversa tem que ser com grupo de alunos, de pais, de professores, se der chama o Conselho, chama a APM, ou chama grupos representativos. Este grupo aqui a gente teria que fazer o que passou na minha cabeça é vamos pensar outras ideias, olha segunda-feira, vai lá entrega uma carta assim “queremos saber quais são as suas propostas”. Depois a gente pode até ajudar ali na minuta...tamo indo lá e conversando. Pode ter nessas diferentes escolas um grupo que até aceite conversar e um outro grupo que não vai conversar, ou se conversar eles vão dizer “queremos o fim da Reorganização, queremos o Alckmin aqui para acabar com a Reorganização”. Voz aguda de uma mulher com a seguinte fala: “Comigo aconteceu isso, marquei, eles vieram para a Diretoria, fiz uma ata e cedi. Falei então, vocês querem permanecer segundo e terceiro eu faço gradativo. Eu tiro o noturno gradativo, mas quero que vocês desocupem a escola e na segunda feira a gente já vai fazer as tratativas. Voltaram para a escola e mandaram escrito pra mim, nós não aceitamos porque nós queremos que acabe a Reorganização (borburinhos). Volta a fala de Padula: “Mas isso tem que estar demonstrado e documentado”. A mesma voz aguda diz: “mas eles mandaram por escrito pra mim!” Padula fala: “nós estamos dialogando e quem está radicalizando é o lado de lá. Outra mulher fala: “A primeira escola invadida, a EE Diadema, eu fiz a proposta do gradual antes da invasão e eles aceitaram, eles não cumprem acordo com nada. Uma voz grave, diz: o que acontece Padula, é assim, fui em todas as escolas ocupadas né, invadidas né, negociei, fiz reunião com pais (inaudível) fizeram reuniões fora, fiz reunião na igreja, documentei e encaminhamos ao Ministério Público. Inclusive o Sapopemba que saiu na reportagem é o que acontece nas outras também. Você tem um grupo organizado fora da escola que é a maioria, que não quer, ele quer a volta às aulas, a desocupação da escola. Inclusive o pai foi lá, você viu na imagem, começou a cortar com o tesourão e a polícia falou “pare!”, então nós estamos num impasse, o grupo de fora que quer e a gente tá lá, tanto que os grupos de Sapopemba não tem mais faixa nenhuma de ocupação. Os pais, eles colocam e eles vão lá e arrancam e ficam fazendo pressão todos os dias, mas nós estamos num impasse. Chegamos num momento lá, o que fazer mais? A única coisa que tem que fazer mais, é ir lá e ocupar, nós ocuparmos a escola, só que a polícia também não deixa. Padula: Sim, mas isso vai mudar hoje! Vamos lá. Você teve vários momentos desta coisa. Teve uma coisa que é a estrictu cumprimento da letra da lei que é assim, invadiu, tem reintegração, prazo pra sair e depois polícia. Estivemos no COPOM, alguns e foi falado o seguinte, na verdade o que eles querem é isso, é a polícia entrando na escola, de preferência pegando no braço, ou batendo, alguma coisa, bom, com isso, o Secretário de Segurança puxou os freios totalmente. Você pega o Fernão Dias lá que virou um grande ícone. Hoje cadê? Não tem mais glamour, a polícia saiu da porta, não vai mais jornalista. Agora ontem foi diferente, ontem ligou o governador que estava com o Secretário da Segurança e a gente tá montando essa reunião, aí aquelas escolas que nós falamos, amanhã, vai ter o grupo da educação voltando com pais pra voltar aula, nós vamos ter a PM apoiando e não segurando. A gente sai daqui, a gente tem uma lista, eu vou passar pro governador e passar pro secretário de segurança e vai mudar essa postura. Uma voz aguda de uma mulher se expressa: “Vamos passar então, porque a gente tem pouco tempo, a gente precisa entrar na fase do fazejamento senão a gente vai repetir as coisas que a gente já tem até conversado pelo WhastApp né, das coisas que o Padula colocou aí. Nós teremos que ter para amanhã cedo, e até isso eu ponho um pouco de discussão, amanhã cedo, nós teremos que ter para amanhã cedo, uma lista de escola, nas quais, para as quais, nós prepararemos alunos, pais de alunos que queiram retomar as escolas, e quem sabe a gente faz até um fortalecimento com gente daqui e gente da própria diretoria que são a educação chegando para reabrir essa escola para terminar o ano letivo. Então nós vamos escolher, não serão todas, mas algumas listas. Então, quero saber com vocês: amanhã é um dia bom? Porque a gente pode fazer um décimo das escolas amanhã, avaliar e fazer, oito décimos de coisa amanhã e ficar só um restinho lá pra não fazer. Acho que a segunda coisa que nós temos que ver, tem algumas diretorias que tem, a gente percebeu por exemplo a Rosangela, ela chamou um padre pra ir com ela e o padre escreve pra gente, entende? Ele escreve pra mim e (inaudível) escreveu depois que eles tiveram dificuldade pra entrar e uma pessoa de fora ajudou porque era um testemunho, uma testemunha, entende? Da pessoa de fora, foi uma mordida muito grande, foi assim, aconteceu nas duas escolas que ele foi com a Rosângela. Quando começam a falar eles são muito agressivos no fim eles ficaram mais em dúvida. Então é uma coisa boa ter ajuda. Então, tem algumas diretorias que tem menos ajuda. É o que caso que eu sinto da Ligia, ela tá com 16? Quantas escolas? Alguém responde: “Catorze”. A voz aguda continua: “Catorze escolas, entende? Ela tem feito essas reuniões e ela diz, agora pedi pra eles me darem a lista e eles me mandam, “sou contra isso e sou contra aquilo e não pedem nada”. Qual sua reivindicação? Não tem reivindicação, só tem protesto, entende? Mas ela tá muito sozinha. Como que nós podemos ajudar a Lígia? Eu acho até algum outro dirigente que não tenha nenhuma invasão que seja lá do interior, vai lá e passa uma semana te ajudando, nós precisamos fazer porque eles são grupo, onde eu vou eles mandam alguém, tem alguém junto, não tem esse negócio que eu sou daqui, que eu sou dali e tem três advogados em duas sessões que eu fui que são do MEC aí ajudando. Então nós temos que nos ajudar, temos que nos fortalecer. Mas nós, temos um problema gente, nós temos pouco tempo, essa história nós estamos acompanhando, basta pra nós dizer. Outra voz aguda fala: “Os supervisores, eles agora, o que está acontecendo? A linha da (inaudível)- referindo a pessoa que tinha acabado de falar antes dela- está corretíssima no que ela está falando, eu não queria nem atrapalhar com a minha fala, porque é isso mesmo, os supervisores, eles estão, eu não sei, eu estou falando pelos meus. Marinês que não me deixa mentir, ela me passou a costura da diretoria dela enquanto supervisores, é difícil contar com eles porque eles estão, eles lutam até certo ponto, mas por exemplo, tinham duas supervisoras que estavam comigo, elas foram comigo, mas foram praticamente acabadas no retorno porque elas se prestaram a isso, né? Eu postei até no nosso grupo, o papel do supervisor, isso também acaba contaminando, tem diretora que pediu apoio da UDEMO também, sem resposta, porque ela também se sentiu abandonada pela UDEMO, pela entidade dela, porque ela também está fazendo um trabalho pelo aluno, não tá fazendo um trabalho (inaudível). Padula diz: “então não é pra desistir, é isso?” Diversas vozes falam “Não!” - sonoro. Outra voz aguda: “Acho que a nossa estratégia tem que ser, a ideia que a gente teve esse final de semana que a gente ficou trabalhando aí no zap, então é a seguinte: “o pior foco, quem é? O que eu tenho que (inaudível) é uma escola, vou deixar, vou pegar onde eu posso trabalhar, nas invadidas, pegar os diretores, o pessoal da região, alguns pais, trazer pra diretoria, e mostrar e falar para os pais “Ó, o problema é que a gente vai tirar o ensino médio do noturno, qual o propósito, o que é melhor, porque vocês já estão acomodados, nós fizemos por opções, nós não fizemos jogadinho, até por questões da Ouvidoria, mas nós fizemos por opções. A nossa ideia era eu vou chamar um supervisor de vez porque no grupo, no grupo está assim. Ariane chega, você está pondo em risco você e a gente. O seu carro todo mundo já sabe qual é. Padula: “Eles não conseguem perceber que isso é um grupo?” Ariane responde: “eles conseguem, porque assim, porque temos os que são a favor do partido e nós temos os que são a nosso favor e tem vergonha e medo. Padula: “Deixa só voltar uma coisa, só pra ficar claro, são duas ou três ações. Uma: chamar na diretoria, chamar à exaustão, usa as pessoas da diretoria, fale...A outra ação eu disse, a gente sabe que do lado de lá é um movimento P-O-L-Í-T-I-C-O que visa criar isso, instabilização, insegurança, pra fragilizar o governo, aí entrega pra eles governarem, é o que eu disse, este é um dado muito claro, se conseguir, acabar com a Reorganização tão de boa, de fio a pavio, nomeia lá a Diretora da APEOESP dirigente em Guarulhos, não tem mais jeito, a partir de agora eles governaram eleição, então vamos vamos, governar. A coisa do Governador não é isso. Ele sabe que tem lugar que tem radicalização, mas assim, de alguma maneira tem que se dar uma demonstração. São duas, do lado de lá um radicalismo do diabo (inaudível), cabô, ir na porta da escola, a diretora, um grupo, aí a gente pegou gente de outros lugares da secretaria pra gente conseguir mobilizar gente...

Isabel Cristina Rodrigues
Enviado por Isabel Cristina Rodrigues em 24/06/2023
Código do texto: T7820902
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