Espólio

Em virtude do tempo;

Cambembe da vida;

De pontos extremos,

Se segue a jornada:

Bem sábio previa,

Uma sorte tardia,

Na poeira da estrada.

Na mesa uma vela:

Promessa assumida;

Um presságio incomum:

E o mesmo sermão.

Um olhar de castigo,

Prevendo o perigo:

Só talo e pendão.

E a bravura do forte,

Alivia a tristeza:

Espanta a lamúria,

E o seu padecer.

Recompõe a magia;

E a vida vazia,

Volta a ascender.

Um fio de esperança,

Se ergue sozinho;

De vez mais robusto,

Em seu despontar.

Afaga e tempera;

Modesto anhanguera,

Voltando a sonhar.

E assim segue a vida;

Como estrela cadente:

Que migrante fascina,

O esplêndido sabor.

É aporte divino,

Que traça o destino:

Abastecido de amor.

Entre a vida e a morte,

É presente o querer;

E junto, o espólio,

Nos trazendo prazer;

O que mais nos fascina:

Um amanhecer com neblina,

E as batalhas vencer!

Ailton Clarindo
Enviado por Ailton Clarindo em 27/06/2023
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