MOTIVAÇÃO E DEPRESSÃO

Bom dia, leitores!

Escrevo este texto em uma segunda feira ensolarada. Vim aqui pra trazer a reflexão de dois temas que acredito ser importante e muito presente na vida de muitos, que é a motivação e suas alterações devido à um quadro depressivo e ansioso.

Sou uma pessoa que descobriu uma depressão junto com um quadro ansioso (infelizmente, sou uma entre milhares), no início deste ano. Em decorrência disso, venho tomando medicamento para controlar ambos os quadros. Entre idas e vindas e altos e baixos, o meu senso de motivação sofre diversas nuances conforme os dias passam. E justamente por isso, comecei a observá-la de forma mais atenta.

É curioso como às vezes só prestamos atenção e analisamos o nível de nossa força vital diária à partir do momento que enfrentamos uma situação difícil ou um quadro clínico ruim. E foi exatamente o que aconteceu comigo.

Durante os seis primeiros meses do ano, medicada, minha vida virou de chave; comecei academia (exercício físico era inexistente na minha vida fazia muitos anos, era completamente sedentária), parei de usar bebida alcóolica, mudei hábitos alimentares, retomei o hábito da leitura, (que era também algo que não fazia à anos, a não ser para a faculdade, havia anos que não lia um livro, e atualmente estou no quinto livro do ano!), encarei minha vida profissional e comecei a mudar rumos. Minha motivação estava bem alta para qualquer coisa que fosse fazer.

Porém, de junho pra cá, ando sentindo muitas alterações nessa ''energia vital'', tendo momentos de uma certa produtividade para comigo, de uma forma geral, e momentos de pura letargia e querendo apenas dormir ou ficar enclausurada na segurança do meu quarto. Há momentos que sinto que minha motivação se esvai por completo. Assistir a essas variações e me ver regredir em alguns pontos me fez sentir muito frustrada, claro, pois queria usufruir de toda aquela sensação sentida no primeiro semestre do ano.

Entretanto, entre conversas com a minha psicóloga e psiquiatra, um ponto importante foi tratado, e que, por mais que seja óbvio pra alguns, às vezes esse óbvio precisa ser dito e reforçado. O ponto principal é justamente esse; a nossa vida, de maneira geral para todos, com ou sem depressão, com ou sem ansiedade, sempre irá sofrer oscilações, sempre terá seus momentos de prazer e desprazer.

Eu, por receio de retornar ao buraco infinito o qual me encontra ao final do ano passado, interpretei essas variações como uma risco iminente de retornar a um estado depressivo intenso, me esquecendo de retomar o fato de que, independente de qualquer diagnóstico, até o dia que não estiver mais aqui, a minha vida sempre será preenchida por essas lacunas que sobem e descem. E atualmente, por mais que em alguns momentos seja difícil de retomar este pensamento, creio que essa é o segredo do existir, da vida, da suas possibilidades..

Se caso você for uma pessoa com depressão que esteja lendo este texto, por mais que possa parecer clichê (e longe de mim querer pregar positividade tóxica), continue, mantenha..acesse qualquer tipo de coisa/companhia/atividade que seja reforçadora e SAUDÁVEL pra você e pra sua existência.

A vida nos prega peça, mas também nos proporciona um universo de possibilidades que podemos acessar com os recursos que temos!

*Para você que, porventura, possa ter lido este texto e está sentindo que precisa de ajuda profissional, disque 188 ou acesse o site: https://www.acessopsi.com.br/