2024 iniciou fulminante

Para alguns e Eu me incluo nos alguns, é o primeiro dia útil de 2024; e na marmita que trouxe para almoçar, o arroz, o macarrão e o pé de frango branco aguado insosso eram os mesmos de 2023. Como costume, tentando ganhar uma milhãozada na mega, torrei cem pratas de um real, agora nem cem pratas e nem milhãozada e pouca coisa no prato. Maldita ilusão que me mantém otimista, esperançoso que amanhã o balão explode, minha jega relincha e Eu, a minha mulher e os catarrentos seremos condôminos do conjunto Burle Marx park. Certa vez um dos meus filhos disse: "uuuuh, que chique será nós brincando nas alamedas do park". Sem outra perspectiva, tento a sorte na mega; depois que confiro os jogos, bate o arrependimento. Vai ser ruim de palpite na conchinchina.

Todo final de ano Eu me engano, dizendo que as coisas vão mudar no ano vindouro, mas é passar os dois dias de desatino, a miserável normalidade bate em minha porta; e Eu, estupidamente, deixo-a entrar.

Aí ela entra com mala e tudo, entoca nos pratos, camas e panelas, e só sai dias antes de terminar o ano. E de idas e vindas, fez-se a perpetuação.

Serei + 1?

Do jeito que ando vulnerável, mais ou menos, incompleto, quase em tudo, inconstante, equação que não fecha,

a inteligência artificial vai acabar me abocanhando. Tenho resistido, mas até quando?!

Servo

O meu filho não conhece a palavra não,

Nem precisa chorar,

Tampouco,

Pedir,

Estamos de prontidão,

Tá servido,

Tá na mão.

Eu, minha esposa e o nosso filho, formamos uma família poética.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 02/01/2024
Reeditado em 04/01/2024
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