1 Museu sem grandes Novidades

Museu: lugar onde arquivam, guardam velhas relíquias e através delas, "contam" as histórias dos objetos, das peças, bem como eram os costumes, os hábitos e o modo de vida das pessoas em exposição no museu. A grosso modo, pode-se dizer que o sinônimo de museu é "revelação do que ficou no passado."

No entanto, após séculos e mais séculos, algumas peças e objetos são retirados das prateleiras, dando lugar para "novas" velharias. Portanto, a renovação dos museus é lenta e demorada, contudo, existe um que passa década, entra década, passa século, entra século e as peças, os objetos, tudo, inclusive a pintura rota e descansada da fachada, permanece igual, exatamente igual.

Que diabos, deuses ou heróis há nesse museu que nada muda?!

A lenda de Macunaímas mancumunados

Todas as vezes que os anjos tocam as sirenes anunciado os trovões e relâmpagos que antecedem a chuva, os cães e gatos de ruas correm para debaixo das camas dos barracos no Morro Rola Moça,

pois imaginam Eles euque lá estarão são, salvos e seguros.

No entendimento de certas espécies animais, as guerras acontecem anualmente. Já outras, guerra é prato trivial. Para uma delas, é fato tão normal no dia a dia dessa espécie animal, que nem discutem o assunto: preferem falar sobre samba, sobre o bloco de carnaval que não passou, sobre as manias dos jogadores de futebol e celebridades, de coelhinho da páscoa, de viagens para o exterior, compras no shopping, indagar quem estaria voando no avião visto no céu, a cor branca do Cavalo de Tróia, da cachaça preferida de Zé Nereu, etc.

Estando na praia, acomodados debaixo do sombreiro, bebericando água de côco ou uma "loira estupidamente gelada" e beliscando algo, outro ponto infalível na discussão, são os arrastões; mas nada que os façam correr para debaixo da cama.

Por serem inteligentes e pensantes, essa espécie se considera peito de aço. Lindo, blindado, chamativo, bronzeado e galanteador peito de aço depilado.

Está declarado nos anais de História e Sociologia que cada povo, cada Município, cada Estado, cada País, possui sua cultura, seus costumes e hábitos; bem como seus símbolos e heróis - sem nenhum caráter? Não é de se duvidar que sejam heróis diplomados, no entanto, sem nenhuma cultura, pois não falam do livro Macunaíma escrito em 1929 por Mario de Andrade, nem em época de vestibular...; não obstantes, conhecerem-se em pormenores, é heroísmo que dói, dói, dói!

Escritor maldito que escreveu o livro com uma única finalidade: coloca-lo em pé, enfileirado com outros tantos na prateleira, cuja letra de procura é "L" de Literatura Brasileira. Todavia, visto por outro ângulo, livro e cultura é igual campanhia: se não chama, não apita, não funciona, para não dizer destruí-la, é melhor não tê-la.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 01/02/2024
Reeditado em 04/02/2024
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