BRASIL AMADO, TE QUEREMOS!

Brasil, Brasil... . Sim, queremos esse Brasil de jeito antigo e infantil; esse Brasil varonil que nos orgulha e entristece; que nos faz pensar o que será do amanhã... .

O que será que falam de ti, Brasil, pelas esquinas da vida? Em meio à luxúria dos banquetes oficiais e/ou informais? Por debaixo das pontes fétidas e frias? Na alcova dos barracos castigados pelas chuvas e balas perdidas?

Quantos te amam Brasil? Quantos sentem vergonha por ti, pelo teu gritante e silencioso ultraje? Quantos desejam, de corpo e alma, o teu bem estar? Eis que teu coração é imenso e inestimável o teu potencial.

Brasil amado, como te queremos! E por assim querermos chora a nossa alma ao ver em ti tamanha desigualdade, essa falta de saúde, educação, moeda e dignidade, que tantos males causam a ti, humilde gigante, pobre menino rico, repleto de ilustres e inúteis títulos!

Esse Brasil brasileiro merece mais, muito mais do que propagandas, do que olhares aflitos e sofridos à espera de víveres a serem distribuidos, conforme as balanças dos mais afortunados, ou seja, daqueles bem sucedidos donos de negócios, mercearias, super e hipermercados, que compõem o dia à dia do teu "corpo", juntamente com a minoria que somos nós, brasileiros à prova de fome, ignorância, extorsão, arrogância, engodo, descaso e até à prova de fogo!

Mas como não te querer, amado Brasil? Se o teu céu azul anil insiste em refletir a tua realeza, essa aura de extrema liberdade e beleza? Covardia seria deixar-te só, esquecer-te, eis que existe, ainda, a esperança do Bem e da Justiça... .

E o que dizer das tuas verdejantes matas? Dessas tuas exuberantes florestas, cachoeiras e cascatas; rios, lagos, córregos, filetes d'água e... esgotos comunitários? Enfim, flora e fauna tão ricas e desprezadas, eis que extirpadas a golpes de foices, serras elétricas, agrotóxicos, queimadas e tiros de espinguarda? Ah, Brasil amado! Como te lamentamos e queremos!

Sabe, lamentamos a tua orfandade, o teu contínuo abandono em meio a incontáveis adversidades, como se maltrapilho e bastardo fosses, quando, em verdade, és pura benção e legítimo herdeiro do trono mundial.

Choramos a tua infância perdida, a parcela da tua juventude que marcha desvairada, subnutrida e frívola, alimentando-se de padrões que levam à destruição, eis que desconhecem valores morais e seus direitos pessoais nessa terráquea vida.

Ah, Brasil querido! Choramos por teus filhos prostituidos e sofridos, por tuas franzinas meninas, que trocam bonecas de pano por rasos pratos de comida; pranteamos e até agradecemos por aqueles que não viveram, assim como pelos que vivem e completam a plenitude dos seus dias.

E pensar que no teu solo gentil, oh meu amado Brasil, frutos verdes caem a todo instante... . Frutos prematuramente nascidos de mães crianças e resultantes dessa taxa de natalidade que em ti aumenta sem controle. É... miséria social, baixa renda per capita, pobreza extrema que gera ignorância familiar, falta de esclarecimento, estagnação e decadência.

Entretanto, Brasil amado, te queremos! Covardia seria te abandonarmos em meio a tamanho desalento... .

Brasil, meu Brasil... crenças e religiões à parte, reza no livro de Eclesiastes, v. 29 (Bíblia Sagrada - Velho Testamento judaico e cristão), o seguinte: "...Vede, isto tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, mas eles buscaram muitas invenções."

Brasil amado, te queremos! Aleluia! Amém!

Isatucha
Enviado por Isatucha em 14/03/2008
Reeditado em 19/07/2011
Código do texto: T901316