A menina da janela

Eu vi jogar pela janela um anjo adormecido. Que não sabia o que acontecia a ela. Ainda menina, sem juízo, vivia aos contos da Cinderela. Foi seu corpo suspendido, por um homem bandido, Que cortou as asas de Isabella. Seja qual for o insano motivo, Creio que este homem perdido, Nunca olhou os olhos da pequena Bella. O mundo parou para ver sua partida. A menina de morte sofrida, Já não pode mais brincar. Estará agradando aos céus com o seu jeito doce de amar, Mas com a liberdade de um coração que na terra, foi forçado á parar. Os homens ficaram com a interrogação, Amanhã voltaram a viver. Humanos como são, Amanhã, voltarão ao mensalão, Ou qualquer notícia na tv. O mundo se esquecerá, como se esqueceu, Dos pequenos fetos lançados no chão da China, Das pequenas africanas mortas de fome, Como as mutiladas e assassinadas pelo petróleo do Iraque, Como das belas meninas que ontem, morreram pelo vírus da dengue. Seja pela gana dos homens, Seja pelos instintos de um animal, Seja por qualquer motivo irracional, De qualquer animal moral, A colheita se faz imortal, Pelo mesmo sentido desigual, De um mundo sem amor fraternal. A Bella é reflexo, a Bella é história, Ela é a menina da inglória, De um planeta sem valor. Foi-se a pequena Isabella. A menina da janela. Que um inquisidor, Fechou.