O aborto permitido
Repúdio por Lei
Mamãe...
O céu parecia estar tão lindo
Eu podia ouvir as crianças brincando lá fora,
O vento soprava uma canção diferente.
Parecia que Deus desenhava
Um sorriso no seu rosto.
Eu não era a criança
Que o poeta escreveu
Mas, eu tinha o mesmo
Olhar e a certeza
Em que eu poderia lhe fazer feliz.
Porém, a vida tem comprometido
Os próprios planos de Deus.
Mamãe...
A fralda bem bordadinha,
Não irá por mais em mim,
Eu não sabia que o abraço
Que o papai lhe deu com carinho,
Na hora que você despediu
Pudesse ser o meu fim.
Eu não teria aparência
No mundo isso é preciso
Com certeza atrapalharia ir ao shopping
Ou a mercearia.
Ainda diz com certeza que eu não desenvolveria.
Eu não entendi as palavras
Na hora em que você aplaudia
A árdua e triste noticias
Que a mídia ali transmitia
Foram homens que não entendiam
Que o meu direito aboliu.
Dei um grito de agonia
No seu ventre eu senti
a dor da despedida
Que dos políticos eu recebi.
Prá, mim fecharam as cortinas,
A cena chegava ao fim.
Para não senti humilhada
O que Deus fez
vocês impediram.
O Céu agora é tão triste,
Não fui covarde, não fui bandido,
Mas, me fizeram de réu
Sem o direito de ser feliz.
Mamãe...
Aqueles que assinaram contra mim,
Não sabem o valor que a vida tem!