O aborto permitido

Repúdio por Lei

Mamãe...

O céu parecia estar tão lindo

Eu podia ouvir as crianças brincando lá fora,

O vento soprava uma canção diferente.

Parecia que Deus desenhava

Um sorriso no seu rosto.

Eu não era a criança

Que o poeta escreveu

Mas, eu tinha o mesmo

Olhar e a certeza

Em que eu poderia lhe fazer feliz.

Porém, a vida tem comprometido

Os próprios planos de Deus.

Mamãe...

A fralda bem bordadinha,

Não irá por mais em mim,

Eu não sabia que o abraço

Que o papai lhe deu com carinho,

Na hora que você despediu

Pudesse ser o meu fim.

Eu não teria aparência

No mundo isso é preciso

Com certeza atrapalharia ir ao shopping

Ou a mercearia.

Ainda diz com certeza que eu não desenvolveria.

Eu não entendi as palavras

Na hora em que você aplaudia

A árdua e triste noticias

Que a mídia ali transmitia

Foram homens que não entendiam

Que o meu direito aboliu.

Dei um grito de agonia

No seu ventre eu senti

a dor da despedida

Que dos políticos eu recebi.

Prá, mim fecharam as cortinas,

A cena chegava ao fim.

Para não senti humilhada

O que Deus fez

vocês impediram.

O Céu agora é tão triste,

Não fui covarde, não fui bandido,

Mas, me fizeram de réu

Sem o direito de ser feliz.

Mamãe...

Aqueles que assinaram contra mim,

Não sabem o valor que a vida tem!

Lúcio Flausino
Enviado por Lúcio Flausino em 13/04/2012
Reeditado em 24/04/2013
Código do texto: T3610253
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