A oração de um poeta

Ah, meu Deus! Tu podias

livrar-me da ironia,

como do meu cinismo,

antes que eu caia no abismo.

Deus, derruba a bravata

que insta o nó da gravata.

Podias tu me elevar,

ensinando-me o amar.

Troques meu pensamento

por nobre sentimento.

Tenhas pena do poeta

que escreve em linha reta,

que anda por riscas tortas:

me abras do céu a porta.

(Deixou da noite o orvalho

meu topete grisalho)

Por favor, cria um meio,

Deus, d' eu não ser tão feio.

E mandas-me a princesa,

mesmo que não francesa...

Ah, meu Deus! Tu podias

tornar tudo poesia...

Alexander Herzog
Enviado por Alexander Herzog em 19/08/2018
Código do texto: T6423419
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