MALDITA POPULAÇÃO DE RUA

Quando a fome aperta,

O olhar desespera em alerta.

A dor adormece a fera,

O triste destino de quem dera.

A solidão, a raiva, o medo,

Talvez seja seu pior enredo .

Não tenha pressa, afaimado!

A alma ressequida é o seu legado.

Pessoas te olham com desprezo.

Quem lhe sentenciou tal peso?

Hoje não haverá ajuda.

Sua condenação condiz a Judas.

Não bastasse tamanha agonia,

A fome, o frio perpassa a ironia.

A única ideologia de quem pede,

É fazer das ruas o lar, sua sede.

Desprende-se desse corpo roto,

O mundo jaz lhe tem morto.

Bendita seja essa vida desgraçada.

Cuja morte sorri e viver é um nada.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 25/05/2022
Código do texto: T7523883
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