VAPOR BARATO

Desenho tua boca, não sei se deixas

partida no ar, sem queixas.

Sangrei por dois dias, me esvaindo em

duas dores parecidas:

a minha e a nossa, gêmeas imberbes.

Não somos tão crianças,

quando roças palavras no

meu ouvido: convincente,

maduro, letras malucas.

Discretos: partimos, passagem nas mãos.

Tua boca no ar, meus

dedos rabiscando vontades,

ainda...mesmo que improváveis.

Tímpano esgotado, mucosas

lacrimejam o que eu queria

ouvir, sem partir. Mas preciso.

O lúdico abraço

Estilhaço de dores, ramos

de flores que perdendo o viço

se vão...de braços dados

com o vapor que ficou de nós,

no envidraçado da janela.

Dueto de LuciAne e Voando Alto.

Voando Alto
Enviado por Voando Alto em 28/06/2008
Código do texto: T1055993