VAPOR BARATO
Desenho tua boca, não sei se deixas
partida no ar, sem queixas.
Sangrei por dois dias, me esvaindo em
duas dores parecidas:
a minha e a nossa, gêmeas imberbes.
Não somos tão crianças,
quando roças palavras no
meu ouvido: convincente,
maduro, letras malucas.
Discretos: partimos, passagem nas mãos.
Tua boca no ar, meus
dedos rabiscando vontades,
ainda...mesmo que improváveis.
Tímpano esgotado, mucosas
lacrimejam o que eu queria
ouvir, sem partir. Mas preciso.
O lúdico abraço
Estilhaço de dores, ramos
de flores que perdendo o viço
se vão...de braços dados
com o vapor que ficou de nós,
no envidraçado da janela.
Dueto de LuciAne e Voando Alto.