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O CASAMENTO DO BÔTO COM MIRA IRA

O Boto conheceu uma menina
 Quando vivia no Piracicaba
 Ela o tratava com carinho
 Pra ele, jogava até goiaba
 Mas, começaram a jogar cocô
 Aí, o boto bateu em retirada!

 A menina cresceu e se mudou
 Foi morar em Juiz de Fora,
 O Boto quase morreu asfixiado
 Entretanto, conseguiu ir embora
 E lá no rio Paraibuna
 Foi viver sem mais demora!

 Três noites em cada semana
 O Boto ficava encantador
 A menina já era uma moça
 Não resistia a tanta dor
 De não ver mais o velho boto
 Por quem sentia tanto amor.

 Uma noite, uma ribeirinha
 À Mira Ira foi chamar
 Pois havia visto um boto
 Que estava só a chorar
 Mira então o reconheceu
 Com ele começou a namorar!

 Agora, nesse mês que passou
 Muita festa junina acontecendo
 O boto, muito assanhado ficou
 Dançou até ir amanhecendo
 Sua namorada o assustou muito
 Disse: a barriga tá crescendo!

 O pobre do animal "bicudo"
 Sentiu seu corpo estremecido
 Todavia, todos exigiram já
 Que nada ficasse escondido,
 Aí o casamento foi marcado
 O Boto, com Mira Ira unido!

 Noutro dia, o velho boto feliz
 Pois com seu amor estaria
 Não imaginava numa notícia
 Que Mira Ira lhe trazia
 Falando de muita batata-doce
Que a barriga então enchia!

(Pedrinho Goltara)
~~~**~~

 

**Segue daí, Milla Perêra!**

 ~~~**~~~


**Tô chegâno, amigo Pedrinho!**

 

 

O Bôto começou a namorar

Com a Mira Ira, de mãozinha dada

De olho na batata pra assar

A fome era de arrepiar

Pegou mais umas pra se lambuzar

E até se esqueceu da namorada

 

O coitado do Boto, não sabia

Que a batata fora batizada

Pois o outro namorado da guria

Atrás da moça sempre vivia,

Querendo reviver a alegria

Que tivera com a sua amada!

 

De repente, o povão ali sentiu

Uma ventania de amargar

Era vento como nunca se viu

Todo mundo de perto do Bôto saiu

Pois o cheiro que dali se evadiu

Fez todo mundo dele se afastar.

 

Eram os gazes do Bôto que espalhavam

Um odor que ninguém mais suportou.

A namorada a sua mão largou

O ex dela quase se afogou

De tanto rir, o rapaz se dispersou

E na moita, ele e Mira se beijavam!

 

Então, a festa foi encerrada

O sogro não quis casamento nenhum.

Uma nova data foi marcada

Por outro noivo Mira Ira foi amada

E, até hoje, quando a data é lembrada,

O Boto não pára de soltar Pum!
(Milla Pereira)
~~~~**~~~~

Mira Ira, a noiva

que marcô noivado cum ôtro,

chegô pra dá seu parecê:

 

Quandu eu conheci u Boto,

eli era homi bão.

Tinha um bicu bem bunitu,

i cabelu di montão.

 

Nóis fiquemu muitu amigu,

mai dispois tudu mudo

Começô cumas cunversa,

di querê só meu amooor.

 

Eli intão mi obrigô,

a mudá di riligião

Tivi inté qui batizá,

dentru di um carderão.

 

Mi moiáru inté us cabelu,

pra ficá bem batizada

Eu fiquei muitu nervóza,

cumicei a dá rizada.

 

Nésta tar di riligião,

num ixésti casamentu

É só si atarracá,

sem siná nenhum ducumentu.

 

E dispois da lua di méeer,

i dus beju bem cumpridu

As muié têm qui pagá,

pra ficá cum us maridu.

 

Pagamento é mensar,

i cum juru i curreção

E si casu separá,

u maridu qué pensão.

 

Foi purissu qui inventei,

essa tar dessa batata

Ondi é que já si viu,

sustentá genti ingrata.

 

Eita Boto e Milla!!!

Beijão proceis tudu daí.

(Dorei Millinha,

pena não dar pra comentar mais.

Tô cum "bicão" aqui du meu ladu.

Divinha quem é....issu mesmu –

D.Lurdinha,

a muié qui beja santo inté dibaxu dágua.

Bejão).

(Mira Ira)
~~~~***~~~~

Eita, minina do céu!

D. Lurdinha é F....!

Quem quenta essi treim?

Só ucê mêmo!

O Puetadadô

já saiu e nun tem vórta

Puis eli num guentô

A sogra das venta torta!

(Milla)

 ~~~~***~~~~

Clarinha cuntinua, tentâno ixpricá o vexáme

e dá a receita do sucesso pro Boto:

 

Um boto com flatulência

É o primeiro que eu vejo

Perdeu toda sua audiência,

Não ganhou nem mesmo um bejo.

Os boto lá do Araguaia

Num se mete em confusão

Eles tem muié nas praia

Pegam inté de arrastão.

 

Os maridu ciumento

Dos boto num qué sabê

Eles sabem do turmento

Pras muiè obedecê...

Os boto daquelas banda

São bunito e educadu

Num comem batata doce

Pra num passá mau bucadu.

 

Se a mira incontrasse argum

dos boto daqueles ladu

Num ficava só cum um

Quiria logo um bucadu.

Botos qui faiz serenata

Em noite de lua cheia

Qui os coração arrebata

Num dormi cum muié feia.

 

O meu cumpadi Pedrim

é um boto diferenti

Inté quelé bunitim

Mas na boca farta os denti.

Boto que num tem dentinhu

Pra mordiscá namorada

Termina a vida suzinhu

Pensanu na muierada.

 

Ocê trati di arranjá
Uma bela dentadura

Pra sua Mira cunquistá

E mostrá sua invergadura...

E quano ocê fô nas festa

Presta tenção no que comi

Batata, cibola e aio

Cê dispreza, meu bom homi.

 

Ocê mete o seu terno

Du mais puro e branco linhu

Perfume di usá no inverno

Dos boto é o segredinhu.

Garra a muié na cintura

Beija a boca divagá

Vai senti a criatura

Nesse bejo si moiá...

 

Olha, eu só deixei de atrevida,

mas bem que eu gosto dessa história de boto.

Beijo Milla, Beijo Pedrinho!

(Hull)
~~~~***~~~~

 Clarinha, cê num si assanha
num adianta insiná.
Pro minino Bôto as manha
Pra Mira Ira cunquistá.

Eu já tentei muitas vêiz
I essi disinfiliz

Deu um vexâmi pur mêiz
Num iscuta o qui si diz!


(Milla) 

~~~**~~~

O amigo jacó Filho,
veio livrar a cara do Bôto...será!?


Eu comecei a ri e quase não parava mais... 
Procurei enteder os ritos da cerimônia, 
Começou com o boto longe da amazonia, 
Com uma noiva lá das Minas Gerais... 
A família quase morta de vergonha, 
Com noivo querendo voltar atás...
(Jacó Filho)

~~~**~~~