Mãos ...

Veja minhas mãos procuram vida

Esquecida em gavetas desbotadas,abarrotadas

Na neblina

mãos delicadas e sensitivas

que tateiam com carinho

como se tocasse um frágil arminho

Na suspeita de uma noite estrelada...

Veja minhas mãos intercaladas

Mergulhadas entre seixos, passados E madrugadas.

Mãos que acenam adeuses

Mãos que chamam de volta...

E carinhosamente afagam

Não, já não quero nada

Nem mar, nem lua,nem verso

Não desejo nenhum progresso

E mesmo quando triste

Quando dormita a esperança

Quando abandonada criança...

Só margaridas transplantadas

Veja minhas mãos estão feridas

Tombando esquecidas

Ainda que sangrando

Pétalas feridas por espinhos

Ainda fazem ternas carícias...

Em um espelho

Em tua imagem refletida...

Assim mãos que se abrem

Para abraçar-me docemente...

Demarcus & Juliana Cruz

POETADADOR e Juliana Cruz
Enviado por POETADADOR em 13/09/2008
Reeditado em 02/08/2013
Código do texto: T1176798
Classificação de conteúdo: seguro