Logos em dias de diálogos - Ivone Alves SOL & Júlio Nessin
- É enigmática sua trajetória nas curvas do destino
- Ouço o nosso hino executado no caminho
- Mas são claras as lições escritas em seu pergaminho
- Vejo meu futuro nascendo do seu ninho
- Às vezes me deixa embevecida com seus encantos
- Me abandono da árvore que me aloja e em outro canto eu me planto
- Outras vezes me afoga nos açudes dos meus prantos
- Tantos são os rostos que cobrem com seus mantos
- Mas vou acordar para cumprimentá-la antes do dia
- E o nosso hino continua na mesma sinfonia...
- Enquanto as nuvens não encobrem a minha alegria
- Descobrem os rotos para ver o renascer de uma nova folia
- Oh! Vida que eu insisto em viver sem compreender
- Nascer, viver, morrer e renascer, mas não deixar de me ver...
- Que se apresentas camuflada nas colinas do meu ser
- Depois dessa noite, esse será o nosso alvorecer...
- Quero contemplar-te à noite e te encontrar no albor
- A brisa do seu corpo acalma a minha alma na fúria do seu calor
- E quando os meus olhos orvalharem não será de dor
- Serão gotas do meu orgasmo pingando na sua flor
- Se eu chorar na madrugada é para meu peito desaguar
- Me deleito, me deito ao seu lado, acanhado te beijo pra mamar...
- O rio deságua no oceano para sua nascente revigorar
- É o meu gozo aflorando no seu útero querendo germinar
- Vida que clamo ao dormitar e reclamo ao despertar
- O choro da criança embala um novo hino que todos vão cantar
- Mas que não deixo de amar as variações de seu cursar
- Causa que reclama nossa herança, mesma dança que quero dançar
- Se me desequilibro é porque o infinito é intocável
- Toco uma nova canção pegando a sua mão do meu corpo inflamável
- Mas se toque o céu é porque o amor se faz palpável
- O pai do chão não é menos louvável por ser paixão indelével...
- Como um passo de dança eu vou aprendendo a viver
- Da sua pujança eu quero o meu prazer
- Tendo apenas o hoje para criar e alterar as ações do meu ser.
- Não há morte nessa vida, há preguiça na minha lida e eu quero você.