Horário da Tristeza

Ela até tentou marcar hora

Toda sorrateira e faceira

Mas minha agenda cheia

Deixou de fora a tristeza

Também nem sei a que ela vem

A danada da senhora o que tem...

Não sabe então que não atendo

Sem uma devida hora marcada?!

Não adianta insistir. Não a recebo!

Nem tente adentrar o meu corpo

Ou roubar o sorriso do meu rosto

Aviso ou sem... Eu não lhe presto!

O meu riso já está de sobreaviso

À sua perfídia está todo imune

Há de derrotá-la. Não ouse atacar

O meu lume e prumo são tinhosos

Se vier... Vai me encontrar cantando

Dançando com as minhas crianças

Plantando poemas na rua e na lua

Vivo fazendo o bem ao lado de anjos

Dormindo numa boa. Sem usar toca!

Nem tente gritar e esbravejar comigo

Que eu não vou chorar e dar-te abrigo

Nem vá pedir licença a solidão ‘amiga’

A essa quero arrancar os seus dentes

Arrastá-la a solavancos, sem pudor...

Nem educação... Ela que venha pra ver!

No combate entoarei estes meus versos

Nada rimados, floridos, perdidos e achados

Todos onipresentes, pecadores e salientes

Num rompante pouco menos que um instante

Gritarei triunfante um grito de guerra vibrante

Alguém há de ouvir e estar comigo nessa luta

Por poemas livres, alados, de pensar, de sofrer

Pedindo licença à arte da imaginação e do saber

Que pelo menos por hoje posso pensar ser poeta!

Dueto: Nalva & Hilde

Nalva Ferreira e Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 20/10/2008
Reeditado em 21/10/2008
Código do texto: T1237873