SENHORA DO MEU DESTINO

Os cabelos brancos que ora surgem e logo desaparecem,

debaixo da cobertura de sucessivas tinturas,

mostra o quanto já vivi.

Os afagos, os cafunés que por ventura recebi

Enlaçam as minhas loucuras e desventuras

Na aura, no auge de minhas luas.

Não sou nem bela, nem feia,

tenho cara de brasileira...

O sorriso brejeiro e meu jeito faceiro são minha marca registrada.

Os riscos que marcam minha face

Exibo com orgulho,

Deles não fujo

Mas se pudesse os guardaria, como um tesouro

Em um porta-jóias com trancas,

Para relembrar cada momento, em segredo...

Pois, não sou santa...

No corpo,

as marcas do tempo se mostram nas dobrinhas inconvenientes.

Se não agrado a todos, não choro

Sou única, diferente...

Mas os seios,

(esses guerreiros resistentes)

insistem em ser altivos

e caminham olhando para o céu.

Deles o leite já jorrou

Foram alimento, foram alento

Desejo e Cobiça,

Em arrepios, ainda pressentem.

Meu ventre, hoje não tão liso,

Guarda o calor

De fogo não consumado,

De semente germinada,

De vida gerada...

Queima, vive

Em gozo, se eterniza!

Parceria com Lola

Poesia ganhadora do concurso de Parceria da comunidade Navegantes das Estrelas