Teu Corpo






Sinto,
um desejo
consumado
de algo
que já se tornou
passado ...
Mas,
ainda sinto ...
(ivi)


Os ópios de teu corpo me entorpecem,
Em lívidos olhares, gozo insano.
Mecânicas diversas obedecem
Prazer além dos sonhos, sobre-humano.
 
Arranca a minha pele, unhas e garras,
Vergastas feitas dentes cravam fundo
As mãos, pernas e coxas, como amarras
Rocio que profanas, eu me inundo.
 
Desejo tripudia e nos algema.
Pecados e juízos sonegados,
Enlouquecidos, nada mais se tema
Ribanceiras, barrancos destroçados.
 
Nos céus buracos negros e quasares,
No quarto latejares e pulsares...
(Marcos Loures)