AMOR DE SENZALA

AMOR DE SENZALA

Se ainda houvesse escravidão

Eu a libertaria de minha senzala

E a aprisionaria em meu coração

Como homem branco que chega

E de domínio em domínio

Tocaria meu corpo, coração e razão

Penetraria sua alma morena

Tocaria a sua boca pequena

Saciaria teus prazeres ao chão

Ou me arrastaria pelos cafezais

No tronco me prenderia

Com chicotes me bateria

Se eu não te recebesse

Arrastaria-te pelos jardins

Prenderia-te como fina flor

Bateria-te com chicotes de amor

Saciarias tuas lascívias

Ao ver meu negro sangue jorrar

Quando em dores de parto me entregar

Ao teu poder de comandante.

Cessado o ritmo da minha chibata

Sobre tua mata não mais virgem

Deito e respiro o odor da virgem mata

GILSON SANTOS E CLAUDIA NUNES

GILSON G SANTOS
Enviado por GILSON G SANTOS em 13/01/2009
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