Espectros


No colo da noite,
embalada pelos abraços
das nuvens,
           espero por ti ...
(ivi)
 


Espectros que caminham pela noite,
Fantasmas de um noctâmbulo poeta,
Queimando em minhas costas, tal açoite
A morte ainda serve como meta.
 
Jogado pelos cantos e sarjetas,
Olhando o meu passado sem clemência,
Carrego no meu peito vãs tarjetas,
O risco não passou de penitência.
 
Ourives que lapida a falsa pedra
O pensamento vaga entre as marés,
Em meio a tais falésias. Peito medra,
E acolhe novamente estas galés
 
Que impedem o meu passo libertário,
Um rio que transborda no estuário...
(Marcos Loures)