FALTA/PALAVRA

Falta

Teus silêncios ecoam tão alto

Já não ouço

A minha própria voz.

Fátima Mota

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Falta Palavra

Teus lábios unem tuas palavras mudas

Silêncios retumbantes me calam ao sonorizar-me em ti

Ecoam as ladainhas das preces repetitivas, sem fim.

Tão profundo, o eco das deserções mútuas... fere

Alto brado das angústias... vela meu sono

Já não me pronuncio mais, só acalento o abandono.

Não digo-te apenas dos meus sonhos perdidos

Ouço o rufar dos tambores dos abismos

A percepção do eminente precipício.

Minha solidão grita teu ensurdecedor silêncio

Própria vida, vida própria em grotescos sorrisos

Voz... era, foi, esteve, cumpriu seu dolorido destino.

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Karinna

Fatima Mota

FATIMA MOTA
Enviado por FATIMA MOTA em 22/02/2009
Código do texto: T1452481
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