Colhendo rosas na minha nudez.


Neste silêncio sobre a noite,vou
colhendo palavras que ferem
momentos de beijos sonhados
num quarto deserto.

Não sei, Porque o coração se agita
quando penso o teu nome e oiço o
eco dos teus beijos. Sinto o vento
acariciando a folhagem dos teus olhos.

Não sei, Porque ilusões, miragens,
saudades, buscam uma sinfonia perfeita
no som da tua voz.

Não sei,  porque não encontro a tua pele
feita de fantasias e regatos dum rio onde
viajam teus beijos e o amanhecer duma
pétala abrindo numa rosa branca.

Procuro-te sim, mas sinto-me perdida
num caminho de estrelas sempre e só,
sentindo-me ausente de ti, e dos abraços
nas quimeras das madrugadas.

Ausente, na minha nudez
sobre a cama, onde descobri os teus
dedos e o amor infinito. . .

(Amália Lopes)

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Sua nudez.
 
 
 
Na mudez envolvente da madrugada,
colho flores no meu jardim.
Viajo na loucura dos seus beijos.  
 
O reflexo do desejo se manifesta na
ausência dos seus afagos, no perfume
das flores, no coração inquieto.
 
O vento que passa não é o mesmo
que acaricia sua face, pois toca
minha pele em forma de açoite.
 
Como miragem, ouço sua voz.
São sussurros que se misturam aos
sons dos cantos das sereias.
 
Acalenta-me o peito, o sonho da sua
pele aveludada em abandono e entrega,
flutuando ao vento suavemente.
 
Encontro-lhe e reecontro-me em suas
águas puras e cristalinas onde bebo
o doce mel dos seus lábios.
 
Sigo por uma vereda florida, coberta de
rosas brancas acetinadas, guiado pelas
estrelas. Já não estou só.
 
Sinto-me aquecido pelo seu calor, e em
meus braços sua nudez se faz presente.
Sobre a cama uma rosa acompanha-me.




Dueto: Amália  /  Wilson

À minha amiga Amália Lopes, o meu abraço e o meu carinho pela parceria e por tornar o meu cantinho tão aconchegante.