Liberdade antes que tarde...

Eu quero o tudo ou o nada,

Jamais satisfeita com uma meia metade,

Querendo ser a satisfação do meu viver,

Uma alma nessa sua plena simplicidade

Entrego a ti a minha pelo composto da verdade

Inconfessável! Transparente na sua totalidade

De que há tempos sopra dos ventos até o colo

E plaina como pluma... Do centro para os pólos

A primeira duma geração antiga,

Nascida e crescida no meio duma revolução,

Mendiga da verdade, anjo, mas não santa

Nesse mundo que em mim se fez afirmação

Guardo as marcas e cicatrizes das inúmeras feridas

Os calos dos pés e das mãos... Batalhas enfrentadas!

Frutos colhidos do labor, do pó ardido de longas estradas

Com o sangue e o suor urdido e tantas vezes derramado

Menina mas jamais criança,

Frente á minha herança que virou aliança,

A mente ansiosa, sempre questionando

Esse jeito de ser, o porquê do nosso viver

De um menino homem que não envelhece

Por ser dotado de espírito que só enrijece

Mas é flexível a cada dia ele mais cresce

Sempre pronto às labutas e suas disputas

Longe do normal! Simples, viva, mas letal,

A rebelde foi crescendo no corpo de mulher,

Anatomia fora de geometria, plena presença

Na ausência de calmaria e muita ousadia!

É de fato um ser a morrer de amor mas fiel

Irreverente, inconseqüente, bem presente

Ser demasiado que vive só e apaixonado

Não teme, nem temerá ser chamado de ousado

Nunca me conformei com regras e chavões,

Nunca acreditei em criar falsas emoções,

Sempre fui o cúmulo de qualquer situação

Enfrentando e excomungando toda religião

Ovelha negra... Filho pródigo em plena ação

Vivendo às suas próprias custas sem proteção

Conhece os fornos onde o diabo amassa o pão

Adora contestar os moralistas de plantão

E enlouquece os templos dos hipócritas e fariseus

Por fazer do conhecimento o saber do próprio chão

Defende com sua loucura no confronto com a razão

A liberdade sempre fluiu no meu alento,

Libertando a minha mais sana insanidade

E comungando meu mais íntimo sentimento

Nesta vida regida pela minha eterna sina

Sabe que para ser liberto dos grilhões da escravidão

É preciso por primeiro e prioritário o uso do coração

Só assim é feliz... Estando conectado à situação

Como menino, moço, homem maduro, um varão

Investe na sensibilidade da justiça e igualdade

Menina, mulher, amiga, amante

Nessa fome delirante que jamais dorme

E essa força do nunca parar até o conquistar

Dessa plena glória e eterna vitória que é o meu Eu.

Sedento pelo verso e pela prosa em comunhão

Nem que seja só declamando pelo modo rebuscado

Ele se defende sem o uso de artifícios desonestos

Dançando, vibrando, amando, voando pelo universo

Só assim se realiza plenamente pelo beijo e no abraço.

Dueto: Salomé & Hilde

Nota: Poema em duo composto com os versos de Salomé: ‘O Eu Liberto’. Publicado em: http://www.recantodasletras.com.br/poesiastranscendentais/1477930

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 12/03/2009
Código do texto: T1483064