Palavras

(Dueto: Soraia Silva Santiago, a Ciganita & Gilberto Brandão Marcon)

Que minhas palavras testemunhem meu estilo de vida
um tanto casual.Como poesia! Sou hermética!
Minha analogia nunca terá lógica real.

Uso metáforas! Uso sempre o incógnito!
Tenho defeitos normais.
Posso viajar no expresso da meia noite!
Usarei roupas medievais.

Palavras, quantas não são as palavras
a dedilhar as cordas de nossa garganta.

Palavras vindas do coração e jogadas ao vento,
sementes buscando solo fértil.

Letras de razão, letras de emoção.
No mistério de cada um, um secreto encanto.

Palavras lentas que divagam e murmuram.
Velozes palavras que voam ao vento
.

Detalhes eu busco além da superfície terrestre!
Meu próprio sentido.
Óbvio que há expectativas
em cada frase escrita por que eu sinto.

Todavia eu escuto o canto da cotovia!
Aquele canto perdido.

As respostas que obtenho
são relíquias como um relógio extinto.

Aladas palavras, já vão longe,
como que nau no oceano das estrelas.
E a lógica descansa enquanto
 a inspiração esculpe cada um dos versos.

Música ao longe, sinfonia de luas,
uma só não basta para fazer o canto.

Palavras antigas, de tempos distantes,
ecoam em memória e saudades.

Contemplo um crepúsculo!
Vejo-me sem uma narrativa referencial.

Preocupo com o futuro,
mas não deixo meu presente de lado.
Solto a voz! Meu contraste entre o ser e o ter!
Nada de mal.
Respeito suas críticas!
Respeito o que pensa!
Tomo como um aprendizado.

Palavras que ensinam, e eu sou aprendiz da vida.
Vida que se desvenda.Vida que é aventura.
Vida que é risco e perigo.
Vida que é aconchego e satisfação.

Palavras que cantam. Palavras que burilam
a contradição de ser. E existir é tanto.

Resistir é muito. Sobreviver, necessário.
Lutar, sublime. Ter fé, essencial.

Há possibilidades de um encontro!
Duas almas designadas para este verso.

Etapas e diálogos!
Barreiras nem sempre são desvios temperamentais.

Abraço calada todos meus episódios!
O contrário do meu tempo inverso.

Englobo o perfeito com meu defeito!
 Quem sou eu afinal?

Quem é este? Quem é aquele?
Quem são os outros? Quem somos nós?
Vivemos de perguntas, ambicionamos questões,
almejamos mistérios.

Guardados na estima, no afeto que vai na alma,
no tempo que impõe ordem.

No fluir das palavras ocultas que fingem dizer,
mas se fazem caladas.

Palavras ditas a esmo!
Ditas e regidas como uma orquestra delineada.

Mas tocadas em algum coração abandonado!
São desígnios do destino.

Vaticino o impossível! Vejo um relógio!
As horas que pulsam desordenadas.

Meu mal é ser incoerente no que falo!
Mas ao longe sempre se toca um sino. 


 Sino da madrugada ecoa pelas praças e ruas,
brincando com as horas.

Na solidão de cada um, a consciência tranqüila,
e nela se ouvem palavras sagradas.

Profecias a invadir o profano.
E o tempo agora se esvai, como que fugitivo.

E a coerência fica à espreita,
espia como que a querer descobrir segredos.

Agradecimento: Minha satisfação e honra em compartilhar na criação deste dueto com a poetisa Ciganita, que foi minha primeira leitora na internet, amiga e motivadora generosa quanto a qualidade de meus versos.

 

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 11/06/2009
Reeditado em 14/06/2009
Código do texto: T1644159
Classificação de conteúdo: seguro
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