Luar do Piauí numa janela carioca (anderson fabiano e Teresa Cristina flordecaju)

Fecho os olhos

Por um desavisado instante

E imagino uma lágrima

Escorrendo vertente

No dorso da palma.

Escorre como mulher livre

Transparente como alma,

E provocante como uma deusa pagã.

A mão da fêmea

Recolhe a lágrima

Suave como uma amante

Deposita no peito desnudo

Finge um diamante

E sorri matreira

Com os caminhos tortos

Da gota solitária

Que enfim repousa amada

No bico castanho,

De sua janela pro mundo.

anderson fabiano

Meu corpo entre teus dedos

Escorre livre

Levando-me a alma

Provocando uma carícia

Feminina

Em tuas mãos de suave amante.

Olhos abertos num único instante

Recolhes como um deus grego

Minha lágrima

Em teu peito nu.

Pouso então em ti

Meus olhos castanhos

Sorrindo manhosa

Antes gota solitária

Agora uma janela de teu mundo!...

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 04/07/2009
Reeditado em 04/07/2009
Código do texto: T1681673
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