O AMOR E O DIAMANTE

Já escutei dizer que o amor é cego

Mesmo assim sempre eu o prego

Pois eu não vejo o amor deste jeito

Porque é preciso antes tê-lo no peito

Às vezes parece aleatório não nego

Bagunça tudo quando entra direito

Mas não acho nele mais nenhum defeito

É necessário cuidá-lo de forma perfeita

Mesmo parecendo uma criança mimada

Reconheço que às vezes me vejo perdido

E fico arrepiada se falar ao meu ouvido

Cheirar e beijar meu pescoço escondido

E viver sem ter amor não faz sentido

Por isso fico assim meio que bandido

Ainda se não atender a um pedido meu

Lembrará do dia em que me conheceu

Se esquecer na cama a toalha molhada

Lembrará de me chamar de sua amada

E quem sabe partirá para nova rodada

Pois para o amor somos almas gêmeas

Somos idênticos ao carvão e ao diamante

E o carbono é a nossa essência verdadeira

O carvão opaco e frágil pode virar poeira

Mas sua fagulha acenderá uma fogueira

Então somos feitos de carvão e diamante

Pois o diamante é translúcido e brilhante

Semelhante é esta eterna e linda relação

Que reuniu n’arte dois poetas delirantes

Buscando o imaginário indefinidamente!

Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes