Fecha-se a cortina

- Às vezes a gente não sabe o que dizer, mas diz
- Fala pro vento, pro ar, até calha de alguém ouvir
- Até o ouvido que a gente por dentro tem pode nos escutar
- Nesta hora que a alma se aquieta e o corpo faz calar.
             
- O corpo que fala, que quer o abraço e ordena o beijo
- O coração soluça num ritmo torto, tamanho o desejo
- Cujas paredes nuas guardam nossos segredos vestidos
- E o amor pela poesia traz à tona pensamentos contidos.

- As palavras se transformam em carne, e a carne é fraca
- Dois seres se transformam em um quando a fome ataca.
- Você me rima em rima rica, e eu pobre fico em sua lirica
- Entre prosas e versos, escrevendo o querer a gente fica.
          
- Quando o querer do amor fica forte o amor perde o seu norte
- Ao nos darmos conta, estamos frágeis e entregues à sorte.
- Qual caminhante errante que sem rumo segue o seu caminho
- Em busca do desconhecido e procurando encontrar carinho.

- Mas não me iludo: o amor é sorte e poucos tem essa sorte
- Prossigo vivendo e com a única certeza: o abraço da morte.
- Do beijo ao desejo, da sorte ao abraço da morte... que sina!
- Vida de um poeta, com altos e baixos... Fecha-se a cortina!

Véi /
HM Estork CCoelho

Agradecimento:
Amigo querido "Véi", é muito bom quando a poesia une pessoas as tornando amigas.
Foi um prazer imenso duetar contigo.
Carinho e respeito
Hidê!