CHIMARRÃO
 
Na noite fria, fiel amigo
Mate companheiro na solidão
que, na cuia, acolhe lágrimas,
cuja origem, a outro não digo.
Com ele amenizo as chamas
de uma eterna paixão.
 
Minuano é o nome do vento
que leva, ao longe, mazelas,
deixando comigo e o chimarrão,
segredos de um momento
em que reinou, neste coração,
das prendas, a mais bela.
 
Hoje, acolhendo minha lamúria
e amenizando toda penúria,
ele, em silêncio, me aquece
pois há momentos de incúria
e amores que não se esquece.

FERNANDO ALBERTO COUTO
 

Agradeço ao poeta Fernando a oportunidade
de interação em seu belo texto.


O CHIMARRÃO E O POETA
 
Com seu poncho e sem abrigo
nosso querido poeta...irmão,
esconde na cuia soluços
sob a borra do chimarrão,
onde a falta do seu amor
sofrida saudade é canção.
 
Pelos pampas, em sua cela
vai cavalgando a esmo,
vai proseando consigo mesmo
versando o seu sentimento
no mais profundo lamento
de sua saudosa donzela.
 
Minuano, o vento lá do espigão
das lindas terras gaúchas,
eu trouxe pra nossa terra paulista
aprisionado na cuia do chimarrão
para aquecer do poeta o coração.
 
Moly

 

 

Moly
Enviado por Moly em 23/10/2009
Reeditado em 03/06/2021
Código do texto: T1882447
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