“Do que escrevo”
(Glória Salles)
Meus escritos são sobre a vida
Do movimento deste ciclo intenso.
Da história bem ou mal vivida...
Do momento raso, e do instante denso.
Escrevo quando sinto o beijo da aragem
Ou se fustigantes ventos me agitam
Do amanhecer, da perfeição desta imagem.
Ou se os mais secretos sentimentos gritam
Falo da fantasia que alimenta o coração
Camuflada nos tópicos da minha realidade
Falo das tormentas que entremeiam a emoção
E da placidez vagando a minha verdade
E é na multidão densa da minha solidão
Que deixo o verso expor a nudez do coração.
Resposta:
“Bem sei”
(Luiz Henrique)
Se escreves ao carinho sutil da aragem
Ou ao arrepio trazido de um frio vento
Importa é que expressas com doçura e coragem
Um momento que é teu - de alegria ou lamento
Seja uma história real ou só fantasia
Que impulsiona teus dedos a escrever
É porque teus desejos e sonhos são em demasia
Que extravasam ao teclado, a não mais se conter
O espírito inquieto que te habita e consome
Não é diferente do meu, bela e sábia poetisa
Atormenta a tua alma, mas alimenta tua fome
De uma paixão inquieta, improvável e imprecisa
E é na infinitude da tua inspirada imaginação
Que te fazes poetisa e expõe vísceras e coração
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Foto: "A árvore que chora"
Luiz Henrique