Só...


Só, triste... Nua...
Vestida de mim...
Sonhos a ermo,
coração enfermo.
Devaneios dispersos
em dores imersos.
Só, sem nada...
Divagando na escuridão
de uma estranha estrada,
repleta de encruzilhadas.
Só, contrito coração
querendo um abraço.
Só, desejando atar-me
em laços perfeitos,
que dissipem este meu cansaço.
Querendo um corpo amigo
que me cubra,
descubra-me
e decifre essa alma,
que ora em fuga,
precisa de um abrigo.


Anna Peralva
10/10/2006


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Solidão...

Solidão, nem sempre
um escuro espaço na trajetória.
Às vezes se precisa,
ficar a sós por um tempo,
rever nossa estória.
Das roupas se despir,
colocar-se diante do espelho,
olhar fundo nos olhos,
a si mesmo se descobrir.
Precisa-se do outro,
não para aplacar a solidão,
mas sim compartilhar,
sejam palavras, gestos, sonhos
afagados com emoção.
Quando em espelho certeiro,
os olhares se refletem,
seja por amor ou amizade,
ao outro me assemelho...
então me sinto inteiro.

Guida Linhares




Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 06/01/2010
Código do texto: T2013960