Solitário
 
Cantei nas madrugadas frias
Os versos sem rimas

Nos bordéis enfumarados
Vidas, efêmeras vidas

Das ruas da Lapa a boemia
Corações partidos

No cais do porto
A sombra do abandono

Em tua face envelhecida
Lágrimas perdidas.
 
Maurélio Machado
 
 
Noites geladas, o frio atingia-me
Os homens choravam
Nos portos,nas calçadas,nas janelas emparelhadas
Os pingos da chuva eram valsas
Dançadas nos abrigos dos muros
Sem rumo,seguia a vida
Nos bordéis,nas sombras dos que partiam
Na pele desbotada, a marca da velhice
Da molecada,a vida fugia!!
 
Stella Bernardes