Célio Govedice
Abatida e angustiada
Já sem amor, ensandece a lua
Refugia-se nas nuvens escuras
Sua luz no alto é apagada
No negrume, a noite é cega e vaga
O firmamento se cobre de pranto,
Ouve-se estrondos, sibilos do vento
Chicoteiam raios e trovoadas
O mar soturno, despede-se da amada
Entrega-se aos braços da tempestade,
Reverbera, ricocheteia, desmaia
Nas areias brancas e molhadas!!
Maria H. Sleutjes
Mas, depois,
A lua envelhecida
derrama-se no oceano
e vai perdendo-se num tempo
onde sonhar é terra distante
Os brilhos do amor, fugitivos
vão se desmanchando nas águas
Sopra o vento sobre as ondas
no vazio deste pranto
Chora a lua, chora o mar
a impossibilidade do encontro!