SEGREDOS          REVELAÇÃO
Anna Peralva        poeta da paz


 
Ainda teimo em tentar entender
você e seu amor, que ligeiro me foge...
Meu coração ora é nascente de dor,
a melancolia invade todo meu ser.
Turva é a solidão que se prevalece
da chuva amiúde que desce silente
e transporta consigo minha prece.
A saudade ultrapassa fronteiras
nas noites onde o corpo padece...

 
Queria eu sentir este amor
para ouvir nossos desejos...
Envolver todo teu ser em meu coração.
Invadindo de carinho para te tirar da solidão
e contigo ultrapassar o infinito
de nossos desejos...
 

 
Em segredos, nas dobras da madrugada
jorram ausências, desejos abafados na pele
e um silêncio fatal que retalha lembranças.
Enquanto leio poesias na lua grávida e prateada
o tempo despeja sobre mim o sonho perdido
e sentimentos catando estrelas de esperanças...

 
Nas madrugadas frias de minha solidão
onde a ausência de tua pele
é o silencio da saudade de meus versos
procurando um sonho no céu estrelado
de desejos, onde  procuro uma esperança...

 
No olhar da alma há um espelho trincado
onde o verso encalhou no muro da distância.
Afasia, canção da vida é um lamento calado

e eu sou pausa, nos mistérios da inconstância...

 
 
Minha alma procura um reflexo
da poesia que não foi escrita e
que virou o silencio do mistério
de uma vida sem seu amor...