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Dueto Da Criação

                                                                 (Celêdian Assis)
Fundem-se o criador e criatura no supremo momento da criação. O criador seduz e submete a criatura aos caprichos da inspiração. A criatura desnuda seu âmago, despe-se de todos os preconceitos. O poeta abraça a poesia, entrega-se inteiramente aos seus efeitos;

Da flor extrai o néctar, aroma, torna-os alimento e cheiro do amor, como os pássaros, alça voos em seus sonhos de paixão, com ardor, surrupia o brilho das estrelas e preenche de luz os porões da alma, deixa fluir em rios, os sentidos, ora como correnteza, ora como água calma;

O criador sutilmente se apossa da criatura, cria a ação de transmutar-se em versos e deixa-os livres, para que as criativas mentes sorvam da poesia, o sumo da alma dos poetas, a essência do que os leva ao sublime exercício da criação;

                               Felipe Padilha di Freita (O Poeta do Deserto)
Dos amores de outrora se entrete com os sofrimentos, até a solidão que assola se perfaz em acalento, as alegrias incontidas, formosuras com acentos, na imensidão dos verbos se flexiona poético intento, as mazelas sociais se permutam em grito intenso, das saudades e lembranças verte versos com lamentos, até o palhaço chora em meio ao mágico invento, quem faz outrem sorrir, também disfarça o que dói dentro;

Com a inspiração o criador se enamora, a despe e a sacia voraz, em cada nuance de contemplamento, relação tormentosa, intensa e fervorosa, se ela o abandona o vazio oco assola, maldoso comportamento, o regresso desta amada, reconciliação fugaz, as palavras retornam em tempo, a criação que jaz implora, novos vislumbramentos,e na fusão de outrora, no mundo mágico dos encantamentos, o poeta encanta, encantando apenas desencantado rebento;

                                             (Celêdian Assis & O Poeta do Deserto)
Fundem-se harmonicamente na poesia, as criaturas que trazem em suas entranhas a simplicidade da natureza, dos ares das montanhas e das brisas do mar, em poético dueto;

E em tal interação externada com o auxílio de duas despretensiosas mãos, a magia por fim se desfaz, e o criador expõe sem segredo a sua mais que real e devassada criatura, e esta plasmada em papel e tinta o agradece a oportunidade de poder alí fundida viver,e o poeta sorrateiramente a agradeçe enfim, a de se sentir e permanecer devido a ela definitivamente vivo.


O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 20/08/2010
Reeditado em 14/06/2012
Código do texto: T2449668
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